João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi denunciado mais uma vez pela força-tarefa formada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Nesta segunda-feira (2/12), o órgão ministerial apresentou a 11ª denúncia contra o médium por crimes sexuais. Nos próximos dias, é prevista uma nova denúncia pelos mesmos delitos.
A peça acusatória, conforme a promotora de Justiça Renata Caroliny Ribeiro e Silva, envolve o crime de estupro de vulnerável de 12 mulheres, no período compreendido entre 2010 e 2016. Ele avisa que quatro casos não estão prescritos e envolvem vítimas dos Estados do Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Bahia. Os outros ocorreram de 1976 a 2008 e foram denunciados por mulheres de Pernambuco, Distrito Federal (dois), Maranhão, Rio Grande do Sul (dois) e Espírito Santo.
Segundo a denúncia, além de explorar a vulnerabilidade das pessoas que buscavam a Casa Dom Inácio de Loyola atrás de cura, em Abadiância, João de DEus agia de modo a intensificar suas atitudes, com a realização de ameaças espirituais e físicas dos mais variados tipos. “Ele atuava incutindo medo nas vítimas e a Casa Dom Inácio de Loyola era o local mais apropriado para disso”, afirmou.
Vítimas
Com mais esta 11ª denúncia, já são 57 vítimas cujos crimes não estão prescritos e 87 prescritos. Já procuraram o MP-GO 319 mulheres – destas, 194 formalizaram denúncias contra ele. Um novo pedido de prisão preventiva foi pedido, segundo a promotora de Justiça Ariane Patrícia Gonçalves, que também integra a força-tarefa, porque a segregação favorece o aparecimento de novas vítimas.
De acordo com o MP-GO, além das denúncias por crimes sexuais, no Fórum de Abadiânia tramitam outras duas denúncias contra João de Deus. Um por porte ilegal de armas – ele foi condenado a quatro anos de prisão, em regime aberto em uma delas – e outra ação civil pública, com pedido de indenização por danos morais, que já obteve o bloqueio de ativos financeiros, bens móveis e imóveis no valor de R$ 50 milhões.
