Laudos consideram Cadu responsável por seus atos

A Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) considerou Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, imputável, ou seja, considerou que ele tem plena consciência de seus atos. A conclusão dos laudos de insanidade e psicológico foi conhecida nesta quinta-feira (9/4) pelo promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano, autor da denúncia contra Cadu pelos crimes de latrocínio (por duas vezes), receptação e porte ilegal de arma.

Laudos médicos atestaram que Cadu tem plena capacidade de entendimento.
Laudos médicos atestaram que Cadu tem plena capacidade de entendimento.

Conforme informado pelo promotor, tanto o laudo de insanidade mental, elaborado pelos psiquiatras Leandro de Carvalho Araújo e Ítalo Rocha da Silva Araújo, quanto o exame pericial psicológico, feito pelas psicólogas Melissa Pereira David Sousa, Kênia Camilo e Orion Tadeu de Amorim, atestaram que o réu tem plena capacidade de entendimento. Esta conclusão reforça a tese defendida desde o princípio do processo pelo promotor, de que Cadu tem plena lucidez de suas ações.

Ao comentar os laudos, o promotor ponderou que Cadu não somente admitiu que praticou os dois latrocínios em Goiânia, como manifestou que tinha prazer em cometer os crimes. A consciência de seus atos também pôde ser observada em afirmação do réu, que reconheceu ser usuário de drogas e cocaína, no entanto, nos dias em que praticava os crimes não fazia uso de substâncias entorpecentes para que tivesse controle de toda a situação.

“No âmbito do direito, importava que se comprovasse que no dia e na hora dos crimes ele tinha capacidade de entendimento”, afirmou o promotor. Ele destacou ainda o primoroso trabalho pericial realizado, que contestou pontualmente cada uma das possíveis argumentações quanto a uma possível avaliação de inimputabilidade.

Com a leitura dos laudos, Viggiano definiu Cadu como uma mente perversa, manipuladora e de grande periculosidade. “Trata-se de uma pessoa extremamente manipuladora que, dependendo da situação em que se encontra, faz o discurso que se quer ouvir”, afirmou. Ele acrescentou ainda que há elementos que demonstram que, caso Cadu seja solto, voltará a cometer crimes. “Há comprovações de que ele tem interesse de voltar para a seara da criminalidade”, pontuou.

O promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano é o autor da denúncia contra Cadu
O promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano é o autor da denúncia contra Cadu

O laudo, que ainda é sigiloso, deverá ser apreciado pela defesa de Cadu e, em seguida, analisado pelo juízo da 5ª Vara Criminal de Goiânia, onde tramita a ação penal proposta pelo MP-GO. Com o acolhimento dos laudos periciais, a defesa tem um prazo para apresentar resposta e, logo em seguida, a magistrada poderá designar a instrução do julgamento para a retomada do processo penal.

Carta
O promotor também apresentou o trecho de uma carta escrita por Cadu, interceptada dentro do Núcleo de Custódia, onde ele se encontra preso, que reitera o caráter manipulador do réu. Confira um trecho da carta, que foi juntada aos autos: “Eu vou dar munição para o promotor. Que esse papo de loko (sic) é tudo 171 e que eu sou é bandido. Essa é a minha posição.Você é minha família. Batem na tecla que eu sou é loko (sic), drogado e não tô (sic) falando nada com nada, inimputável!!! Eu preciso que você enrole até o máximo do máximo de tempo. Me mantenha na mídia. Vende entrevista p/ TV e revista. Irmão nasci p/ ser estrela e não medalha. Vive pra (sic) testemunhar. Família até o fim!!!”

Fernando Viggiano comentou ainda sobre um pedido da defesa para que Cadu seja transferido para um presídio de segurança máxima, sob a alegação de que o réu e sua família estariam sendo ameaçados, já que uma das vítimas de latrocínio era um agente penitenciário. No entanto, o promotor contesta esta suposição, pois não existe qualquer comprovação de que Cadu esteja sendo ameaçado física ou psicologicamente, o que, inclusive, foi garantido pelo diretor da unidade prisional. De acordo com o promotor, ele está recolhido em uma cela individual e não tem contato com outros presos. Fonte: MP-GO