Disputa por clientes e rixa antiga teriam motivado advogado a mandar matar colega em Araunã

Marília Costa e Silva

A Polícia Civil não tem dúvidas de que o advogado Adelúcio Lima Melo foi mesmo quem mandou matar o colega Hans Brasiel da Silva Chaves, de 31 anos, no dia 6 de fevereiro, em Aruanã. O motivo seria uma rixa antiga, motivada principalmente pela disputa de clientes na cidade, localizada na região noroeste do Estado. A defesa do preso está sob a responsabilidade do criminalista Rogério Silva, que afirmou que só vai se pronunciar sobre o caso após falar com seu cliente.

Conforme apontado pela Polícia Civil, que falou sobre o caso na manhã desta quinta-feira (27), as investigações apontaram ainda que a desavença entre causídicos já havia culminado em uma tentativa de homicídio contra a vítima ainda em 2018. O investigado foi indiciado à época, mas, no entanto, nega ter ordenado a execução do colega de profissão.

Ainda conforme o delegado Rilmo Braga, coordenador da força-tarefa criada para apurar o caso, cinco delegados e 17 agentes atuaram na investigação. Ele pontua já existem provas robustas contra o suspeito. Uma delas, diz, estaria relacionada a uma moto usada pelos suspeitos de serem os executores do crime. Eles foram presos um dia após o assassinato. “A moto usada no crime foi apreendida e periciada. Temos elementos que vinculam essa moto usada pelos executores ao mandante, que foi visto com ela dias antes”, relata.

Força-tarefa

Além da Polícia Civil, a Ordem dos Advogados do Brasil está acompanhando o caso. Uma força-tarefa também foi montada pela OAB-GO, que garante que nos últimos quatro anos foram registrados nove casos de violência contra advogados ligados diretamente a atividade profissional, como é o caso de Araunã. O coordenador da força-tarefa, o Comissão de Segurança Pública e Política Criminal da OAB-GO, Edemundo Dias, afirma que “qualquer ato de violência contra a advocacia é um ato de violência contra a cidadania e a República”.

Como o acusado de ser o mandante do crime também é advogado, a OAB-GO afirma que a ele será garantido, como é de seu mister, a presunção de inocência, assegurando-lhe suas prerrogativas profissionais. A instituição também analisará, por meio de seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED), o conjunto indiciário apresentado pela autoridade policial para, se for o caso, aplicar a Adelúcio as sanções disciplinares preventivas.