Condenações referente à Operação Avalanche já somam mais de 200 anos

As condenações aplicadas aos denunciados no âmbito da Operação Avalanche somam mais de 200 anos. A ação foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás no dia 18 de fevereiro de 2014, desmontando uma organização criminosa em Campos Belos, com ramificação em Formosa e orquestrada de dentro de presídios, inclusive do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Assim, foram oferecidas seis denúncias por diferentes crimes praticados pela quadrilha, uma delas contra 14 pessoas, por delitos de tráfico e associação para o tráfico, conforme a Lei de Drogas. O procedimento referente aos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa ainda aguarda julgamento.

As investigações começaram em dezembro de 2013, pela Promotoria de Justiça de Campos Belos. A partir de então, vários crimes foram apurados, tais como o tráfico e a associação para o tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Esteve sob investigação também a facilitação de entrada de celulares em presídio.

De acordo com o MP, a organização era comandada por Donizete Soares da Silva de dentro da Penitenciária Odenir Guimarães. Ficou constatado que ele, de posse de um celular, enviava ordens aos membros da organização, fornecendo-lhes drogas e armamentos, que eram sistematicamente distribuídos em Campos Belos e Formosa.

A partir de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, foram rastreados outros integrantes da organização, descobrindo-se que o grupo pertencente a Donizete dividia-se em duas partes – uma primeira, atuante em Formosa, contando com pessoas de sua extrema confiança, inclusive familiares, que o auxiliavam na atividade financeira. Eles também são responsáveis pelo depósito de distribuição das drogas, assim como pelo transporte.

O segundo grupo atuava em Campos Belos, sendo liderado por Deidison que, junto com terceiros, fica responsável pelo recebimento, depósito e distribuição dos entorpecentes. Durante as investigações, foi apreendida significativa quantidade de drogas, em diversas ocasiões, que abasteceriam o comércio de Campos Belos e região.

As condenações
Os promotores de Justiça Paulo Brondi, Douglas Chegury, Daniel Pessoa, Felipe Féres, Frederico Oliveira Santos, Diego Braga, André Duarte, Fabrício Roriz, Fernando Cesconetto, Leandro Murata e Paulo Parizotto atuaram conjuntamente no oferecimento das denúncias, que foram gradativamente julgadas pelos juízes que responderam pela comarca de Campos Belos: Fernando Ribeiro de Oliveira, Raquel Lemos, Demétrio Mendes Ornelas Jr. e Rozemberg Fonseca Vilela.

Assim, dos procedimentos já julgados, os réus foram condenados às seguintes penas:
– Donizete Soares da Silva: 43 anos, 5 meses e 4 dias (tráfico, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro) – três condenações
– Deidison Ramalho da Silva Batista: 39 anos, 3 meses e 11 dias (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – três condenações
– Ralfer Soares da Silva: 16 anos (lavagem de dinheiro) – uma condenação
– Leonardo Ramalho dos Santos: 12 anos e 10 meses (tráfico de drogas) – duas condenações
– Simone Saraiva: 15 anos e 9 meses (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – três condenações
– Marcileny Rodrigues Ramalho: 17 anos e 1 mês (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – duas condenações
– Rafael Gomes de Castro: 14 anos e 2 meses (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – duas condenações
– Gutemberg Souza Neres: 8 anos e 2 meses (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – uma condenação
– Adriana Rodrigues da Silva: 11 anos e 1 mês (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – duas condenações
– Camila de Souza Athayde: 11 anos e 1 mês (tráfico e associação para o tráfico de drogas) – duas condenações
– Maxsuel Moura (assassinado após sair da prisão): 6 anos e 5 meses (associação para o tráfico de drogas) – uma condenação
– Luís Eduardo Marinho: 6 anos e 5 meses (associação para o tráfico de drogas) – uma condenação. Fonte: MP-GO