Responsabilidade do fabricante pode ser objetiva em casos de incidentes com jogo Pokémon Go, diz especialista

pokemon Go
Em Goiânia, um estudante de Direito de 22 anos afirma que teve o celular roubado enquanto jogava Pokémon Go.

Da redação

O jogo Pokémon Go chegou ao Brasil no início da semana e provocou grande alvoroço entre os fãs da franquia. Mas o game, que utiliza uma tecnologia para inserir personagens em locais reais, já causa polêmicas. Usuários relatam experiências negativas, que vão desde acidentes de carro a assaltos. Em Goiânia, por exemplo, um estudante de Direito de 22 anos afirma que teve o celular roubado enquanto jogava Pokémon Go. Outros dois casos semelhantes ocorreram no Espírito Santo e em São Paulo. No Paraná, um jovem foi atropelado e outros dois caíram em rio e lago quando tentavam pegar um Pokemon.

Diante dos casos, fica a dúvida de quem seria a responsabilidade pelo ocorrido. Para a advogada Alessandra Borelli, diretora da Nethics, empresa especializada em educação digital, apesar da decisão de jogar e dirigir-se aos pontos de captura dos pokémons constituir prerrogativa do jogador, existe a possibilidade de restar caracterizada a responsabilidade objetiva da fabricante. Ou seja, aquela que independe de sua culpa, mas que a natureza da atividade, por si só, pode representar o risco.

“Uma vez noticiados os diversos incidentes que decorreram da prática do jogo, resta demonstrada a necessidade de medidas de segurança serem adotadas, também por parte da empresa”, observa Alessandra Borelli.
Por outro lado, a especialista diz que é fundamental o cuidado no uso do jogo. Para crianças, por exemplo, recomenda-se que pais estabeleçam um limite geográfico para “para caça” aos pokémons, assim como instruções abertas quanto aos cuidados básicos para não deixar a brincadeira virar cilada.

A especialista diz que é fundamental prestar atenção ao andar em locais onde circulam carros e naqueles  que possam representar perigo (inclusive para selfies com os personagens). Além disso, concentrar-se no que está fazendo, não jogar enquanto dirige e ter bom senso quanto às escolhas dos locais onde o jogo indica a existência do alvo (locais perigosos, emboscadas e de comum acesso de pessoas mal intencionadas).

Por fim, a especialista acrescenta que o jogo utilizado de maneira segura e adequada pode ser muito interessante e divertido. “Para tanto, é preciso educação digital para sempre tirar o melhor e mais seguro proveito desta e outras fantásticas oportunidades oferecidas pelas NTICs”, finaliza.

Detrans
Para evitar acidentes, os Departamentos de Trânsito do Rio de Janeiro e São Paulo já realizam campanhas de alerta aos usuários dos jogos. O Detran de São Paulo divulgou em sua página oficial do Facebook a mensagem: “Extra, extra: ‪‎Pokémon Go acabou de chegar no Brasil. […] Teve pedestre atropelado e motorista que bateu o carro enquanto jogava, SIM. APENAS não façam igual, ok?”. O metrô da cidade também lançou campanha de alerta.

No Rio de Janeiro, o Detran lançou a campanha PokeStop, na qual alerta o público para que se divirta muito, porém, brinque com cuidado e oriente seus filhos a se divertirem com atenção e segurança. (Com informações AZ – Brasil Assessoria & Comunicação)