Justiça ouve sobreviventes da boate Kiss sobre tragédia a partir de dezembro

 Nesta segunda-feira (18), a Justiça recebe os dados de 25 sobreviventes do incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro deste ano. Com isso, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado gaúcho, o juiz Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, responsável pelo processo criminal da boate, irá marcar o depoimento das vítimas ainda para dezembro, antes do recesso do Judiciário.

No mês passado, a Justiça determinou uma limpeza e descontaminação da boate para avaliar se é possível realizar uma reconstituição do incêndio que deixou ao menos 242 mortas. Louzada enviou um ofício à Prefeitura de Santa Maria e pediu que a limpeza da área fosse feita sem que a estrutura do prédio fosse comprometida. Após a descontaminação, o mesmo juiz deve decidir se a reconstituição será feita.

A boate ainda está lacrada com tapumes. A Brigada Militar disponibiliza ao menos um policial para fazer a segurança na boate 24 horas por dia para preservar o local até que a Justiça determine a liberação.

Incêndio

O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro.

O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma espécie de fogo de artifício chamado “sputnik” — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.

A casa noturna estava cheia na hora em que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros. Fonte R7