Esportista, juiz de São Luís de Montes Belos aposenta-se para tratamento de um câncer

Juiz Peter Lenke steve à frente da Diretoria do Foro da comarca de São Luís de Montes Belos
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Aprovado no concurso de 2011, o juiz Peter Lenke, que esteve à frente da Diretoria do Foro da comarca de São Luís de Montes Belos, aposentou-se nesta semana para tratamento de um câncer. Depois de nove anos de magistratura, ele deixa o cargo onde se destacou com decisões que inspiraram juízes Brasil afora.

Somente em São Luís, ele deixar trabalhos como o realizado no presídio regional, que fica na cidade e atende também os municípios de Maiporá e Ivolândia. Em parceria com a unidade prisional, Ordem dos Advogados local e Conselho da Comunidade, entre outros, foram arrecadados mais de R$ 170 mil para ampliação do local, que se tornou referência na região pelo trabalho humanizado com os 145 detentos atendidos nos regimes fechado e aberto.

Além de uma melhor qualidade de vida para os detentos, a reforma do presídio trouxe também uma modificação significativa na vida do magistrado. Foi por causa do zelo com os detentos que ele atraiu a atenção da advogada Sueli Barbosa Gonçalves Scharder, que conheceu quando assumiu o posto na comarca e com quem completará dois anos de casado em agosto deste ano. “Vi pessoalmente a mudança na vida dos detentos. Alguns deles problemáticos e que agora trabalham dentro do presídio com a perspectiva de ir para a faculdade quando cumprirem suas penas”, contou ela. “Temos reeducandos que agora oram por nós e nos mandam mensagens de oração e conforto. Recebo todos os dias”.

A humanidade do magistrado pôde ser observada também em decisões marcantes, como a que, em março de 2017, permitiu a visita íntima homoafetiva no presídio, fazendo valer a as disposições normativas que regulamentam o direito, principalmente a Resolução n°4/2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).

Numa prova evidente de evolução da jurisprudência defendida por ele, o magistrado, ainda em 2017, determinou, em outra decisão de repercussão nacional, que o pai de uma estudante de medicina pagasse R$ 100 mil a ela por abandono afetivo.

Quando descobriu o câncer, em 2017, Peter Lemke tinha acabado de se tornar campeão brasileiro de ciclismo, em prova realizada em João Pessoa. Apaixonado por esportes, deixou de lado a carreira como ciclista profissional para ser juiz, mas voltou a pedalar na primeira oportunidade que teve. Com informações do TJGO