Diretor do Sindicato dos Policiais Civis sugere investigação contra poder público

Com os serviços paralisados há quase 60 dias, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) resolveu tomar medidas emergenciais para obter resultado às reivindicações da categoria. O diretor jurídico do sindicato, Reiner Vilaninho, informou que pode iniciar investigações com o objetivo de fiscalizar de maneira efetiva a administração pública estadual, como forma de pressionar o poder público. As informações são do jornal Opção.

Reiner explicou como funcionará a ação. “Todas as licitações do governo e negociações com empresas públicas são pautadas pela publicidade firmada por contratos. Nesse sentido, nós avaliaremos, pedindo visto de documentos, por exemplo, se está tudo nos conformes. Se percebermos algo suspeito, tomaremos as providências no sentido de investigar os determinados casos. Na medida que descobrirmos que há alguma coisa errada, aí sim iremos denunciar à imprensa.”

O diretor adiantou que “ainda não possui nada em mãos”, mas que a medida já é dada como certa. Reiner afirma que a ação não constitui “chantagem”, visto que, segundo ele, as possíveis futuras informações serão repassadas à imprensa mesmo que haja acordo entre o governo e os sindicalistas.

Além das investigações, Reiner abordou na entrevista a possibilidade de uma “politização da greve” por meio de trabalho prestado pela categoria a favor da oposição ao governo nas próximas eleições. “Nós sabemos que o governador atual se candidatará à reeleição e, se for o caso, nós procuraremos os candidatos da oposição e trabalharemos com eles, tornando cabos eleitorais, caso o atual governador não resolva essa greve”, explica.

Reiner havia adiantado à reportagem do Jornal Opção Online que era aguardada para esta segunda-feira (11/11), até o meio-dia, a apresentação de uma proposta por parte do governo. Após o prazo oferecido e, sem um posicionamento oficial do poder público, a categoria resolveu considerar as investigações.

A reportagem entrou em contato com o deputado estadual Marcos Martins (PSDB), que tem intermediado diretamente as negociações em nome do governo, porém, até esta publicação, não obteve resposta.

Com a greve, somente 30% dos policiais civis estão em atuação, o que acarreta no acúmulo de investigações e demais procedimentos que deixam de ser realizados. Uma média diária de 1.200 a 1.500 ocorrências deixam de ser registradas em todo o Estado, já que somente flagrantes e crimes hediondos são atendidos.