Vereadoras denunciam crime ambiental em construção de parque, no Parque Oeste Industrial

As vereadoras Sabrina Garcez (sem partido) e Dra. Cristina Lopes (PSDB) protocolaram, nesta quinta-feira (2), denúncia na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA) contra a construção do 43º parque de Goiânia, denominado Sebastião Júlio Aguiar, no setor Parque Oeste Industrial.

As parlamentares participaram de reunião com o delegado titular da DEMA, Luziano de Carvalho, acompanhadas pelo presidente da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), Gerson Arrais Neto e a presidente do Movimento SOS Cerrado, Merinalva Maria Pinto.

Na última terça-feira (30), Sabrina Garcez usou a tribuna do plenário da Câmara Municipal de Goiânia para denunciar o crime cometido com a construção do parque que teve início das obras anunciado pelo prefeito de Goiânia, Íris Rezende, no último domingo (28).

“Se trata de um parque maravilhoso, cheio de nascentes, um conjunto veredas. Não sou contra a construção de um parque, até porque garante a preservação da área, eu sou contra a construção do lago no meio do parque, ou seja, dentro das nascentes” afirmou a vereadora.

Sabrina explicou aos vereadores que a implantação do lago prejudica as várias nascentes no local. “Vai acontecer o que acontece no Parque Cascavel, vai assorear, ali no meio não pode ter construção. Tem que ser declarada área de preservação permanente porque tecnicamente é assim que ela está”, denunciou.

Para comprovar a denúncia, a vereadora mostrou aos vereadores a cópia de um processo enviado à Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) antes do início da construção das obras. No documento, a parlamentar leu o trecho do documento que contradiz a construção no local “A gerência de parques e unidades de conservação se manifestou contrária à construção do lago na parte interna da área destinada ao parque e sugeriu que essa área seja considerada comunidade de conservação de proteção integral”, destacou.

“Vários pareceres da própria AMMA são desfavoráveis à essa construção. E o que temos no projeto da prefeitura que está sendo executado é que para evitar possível assoreamento e poluição do lago será implantada caixa de retenção sólidas, entre outro. Ou seja, a AMMA diz para não construir e a prefeitura fala que vai construir com medidas mitigatórias”, indignou a parlamentar.

A parlamentar acrescentou ainda que é necessário preservar e meio ambiente e a prefeitura está tocando obras de forma irresponsável, desrespeitando o meio ambiente. “Parque não precisa necessariamente ter lago, o que arrebenta com as nossas nascentes, estamos passando por problemas por falta de água”, denunciou.

Sabrina relembrou que desde o fim do ano passado vem buscando alternativas para impedir a construção do lago e preservação das vereadas. “Agora que as obras começaram, as ações precisam ser mais eficazes. Não somos contra a construção do parque, somos contra o projeto que está sendo executado. É uma decisão política e não uma decisão técnica”, declarou.