Por falta de comunicação da prisão à OAB-GO, juiz manda soltar advogado suspeito de atirar contra grupo que pescava em represa

Arma apreendida de advogado suspeito de atirar contra mulher em Nerópolis — Foto: Reprodução/Polícia Militar
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O juiz de Alexânia, Fernando Augusto Chacha de Rezende, reconheceu, nessa segunda-feira (18), a nulidade da prisão de um advogado, na noite do último sábado (16), por falta de comunicação à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás. Ele é suspeito de atirar contra um grupo de pessoas que pescava em represa localizada em fazenda de sua propriedade, na zona rural do município de Nerópolis. Uma mulher de 58 anos foi atingida por dois disparos. Levada ao Hospital de Urgências de Anápolis, ela recebeu alta no domingo (17).

O presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), Alexandre Pimentel, afirma que a OAB-GO, ao tomar conhecimento informal sobre o caso, instaurou procedimento para acompanhar e adotar as providências cabíveis de acordo com o Estatuto da Advocacia. “Vale ressaltar, que a Ordem tem por regra acompanhar toda ocorrência envolvendo seus inscritos tanto para resguardo de suas prerrogativas como para fiscalização dos deveres funcionais por seus inscritos”, explica Pimentel.

Em audiência de custódia, para a qual foi designado o vice-presidente da CDP, Alan Araújo, o magistrado entendeu que, “como profissional de advocacia inscrito na OAB-GO,  a prisão em flagrante do advogado deveria ter sido comunicada expressamente à Seccional Goiana, conforme disposto no artigo 7º, inciso IV, do Estatuto da Ordem dos Advogados. Ele também foi representado na ocasião pela advogada de defesa Kelly Linhares.

Pontuou, ainda, que “acolhendo manifestação do titular da ação penal, relaxo a prisão do advogado em flagrante por nulidade absoluta”.

Além de acompanhar o caso na Justiça, o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas determinou agora a remessa do caso ao Tribunal de Ética e Disciplina para apuração da conduta do advogado no caso.

O caso

Segundo o delegado Cleiton Lobo, que atendeu o caso na Central de Flagrantes, o advogado teria atirado contra quatro pessoas que estavam pescando em uma represa que fica na fazenda dele na noite do último sábado.

Preso em flagrante, o advogado teria dito na polícia que viu vultos e como já tinha sido vítima de furtos na propriedade, atirou na direção deles. Mas que não fazia ideia que ia acertar porque não sabia se de fato tinham pessoas no local. Em seu poder foram apreendidas uma pistola calibre 38 registrada no nome do advogado e 12 munições intactas.