Policial acusado de matar jovem na pecuária será julgado hoje

Luan Vitor de Oliveira Souza foi morto com um tiro durante um show na Pecuária de Goiânia

O policial civil Levy Moura de Sousa será julgado, a partir das 8h30, por um júri popular nesta segunda-feira (4) pela morte do jovem Luan Vitor de Oliveira Souza, de 20 anos, em Goiânia. O crime aconteceu há quatro anos durante um show do cantor Lucas Lucco, na Exposição Agropecuária de Goiás. O réu responde pelo homicídio em liberdade. A sessão de julgamento deve ocorrer no salão do júri do Setor Oeste.

Para o Ministério Público, Levy agiu por motivo fútil e usou recursos que impossibilitaram a defesa da vítima, duas circunstâncias que podem aumentar a pena, se ele for condenado. Consta na denúncia que, no dia do fato, Luan Victor foi à pecuária acompanhado de alguns amigos para se divertir, da mesma forma que Levy Moura, acompanhado de sua namorada, Bruna Carla Pereira Souza, e seus dois filhos. Todos estavam na arena de shows assistindo à apresentação do cantor Lucas Lucco quando, por volta da 00h20, Eduardo Batista da Silva se aproximou de Bruna Carla e roubou uma câmera fotográfica que estava em sua mão.

Levy Moura tentou render Eduardo e seus amigos para recuperar a câmera, fato que ocasionou tumulto, pois todos se envolveram em uma luta corporal, inclusive o filho do policial. De acordo com o MP, Luan Victor se aproximou da confusão apenas para descobrir o que estava acontecendo, ocasião em que Levy estendeu o braço repentinamente na direção do tórax do jovem e efetuou um tiro, quase à queima-roupa. Além do tiro que atingiu a vítima, outros disparos foram efetuados, pois um deles acertou a orelha de Eduardo.

Leiquer Palmer Rocha Sousa, amigo da vítima que presenciou toda a cena, contou em audiência que, após receber o tiro, Luan saiu correndo com a mão no peito e gritando “ele é doido, ele está armado, ele me deu um tiro no peito”, percorreu alguns metros e caiu. Levado para o hospital, não resistiu ao ferimento e morreu na mesma noite.

Para o promotor de justiça, Maurício Gonçalves Camargo, ficou comprovado que Luan Victor não participava da briga, por isso o homicídio foi qualificado por motivação fútil, além de ter surpreendido a vítima com o tiro, o que impossibilitou a sua defesa.