Grupo reflexivos: reinserção social é o caminho para a redução da violência doméstica

Romper o ciclo da violência contra a mulher. Esse é o principal objetivo do projeto da Superintendência Executiva da Mulher e da Igualdade Racial, da Secretaria Cidadã: Grupo Reflexivo para Autores de Crimes de Violência Doméstica. Há pouco mais de dois anos, o trabalho tem resultado altamente positivo. Dos 350 homens atendidos houve reincidência de apenas três.

Nesta terça-feira, dia 23, às 8h30, duas turmas da Central de Alternativas à Prisão (CAP) concluem o curso e recebem o certificado no auditório do Centro de Referência Estadual da Igualdade (Crei), na Avenida Goiás, 1496, no Setor Central, em Goiânia.

O programa é desenvolvido em parceria com a Pontifícia Universidade Católica/Goiás, Conselho da Comunidade na Execução Penal de Aparecida de Goiânia, Poder Judiciário Estadual, prefeituras, Faculdade Uni–Evangélica, Tribunal de Justiça e outras instituições de ensino.

“O que se busca é auxiliar o autor do crime a resgatar as competências do diálogo, o qual, em algum momento, foi substituído pela violência”, explica a superintendente da Mulher e Igualdade Racial, Gláucia Teodoro Reis.

Equipes de multiprofissionais que atuam no Centro De Referência da Igualdade, da Secretaria Cidadã, organizam agenda para promover atendimento psicológico aos homens autores de violência doméstica, por meio de reuniões terapêuticas semanais, visando reduzir os índices de reincidência ao crime e garantir a paz intrafamiliar.

O programa, explica Gláucia Teodoro, atende às determinações da Lei Maria da Penha. Cada grupo participa de 15 encontros semanais com duas horas de duração cada.

“Os homens têm de participar e é um requisito das medidas cautelares, para que não sejam presos, eles têm de participar. Nos dois primeiros encontros há resistência dos participantes, depois eles se integram e passam a entender o processo todo. Além disso, as aulas são personalizadas e variam de acordo com o perfil de cada turma”, explica Antiara Cardoso Leal, gerente da Central de Atendimento à Prisão.

Os Grupos Reflexivos inserem-se nos programas de intervenção focados em produzir um efeito ressocializador ao autor da violência, utilizando técnicas de psicoterapia. O grande desafio desses grupos é quebrar e interromper o ciclo vicioso da violência. É sabido que muitos agressores também foram vítimas quando crianças e tendem a reproduzir essa cultura da violência.

Municípios atendidos:

1. Goiânia – 06 Grupos – 60 beneficiários
2. Alexânia – 01 Grupo – 23 beneficiários
3. Anápolis -02 Grupos – 30 beneficiários
4. Aparecida de Goiânia – 2 Grupos – 40 beneficiários
5. Jaraguá – 01 Grupo – 30 beneficiários
6. Rio Verde – 01 Grupo – 30 beneficiários