Engenheiro acusado de atropelar e matar motociclista que esbarrou no retrovisor do carro é condenado a seis anos no semiaberto

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O engenheiro Sílvio Martins dos Reis foi condenado, nessa quinta-feira (13), a 6 anos de prisão, a serem cumpridos no regime semiaberto, pela  4ª Vara de Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia. Ele foi considerado culpado da morte do serralheiro Luís Sérgio Morais Ribeiro, ocorrida na manhã de 19 de outubro de 2005, no cruzamento das Avenidas T-2 e T-42, no Setor Bueno, após uma discussão no trânsito.

Conforme sustentado pelo promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos e pelo advogado Eloi Campos, que atuou ontem como assistente de acusação, o réu estava parado com seu veículo, um VW Polo, em um semáforo, quando Luís a vítima esbarrou o guidom da sua motocicleta no retrovisor do carro. A vítima chegou a se desculpar pelo incidente, mas o réu não teria aceitado e iniciou uma discussão.

Conforme a peça acusatória, quando o semáforo abriu, os dois seguiram em frente. Luís Sérgio estava à esquerda do automóvel e conduziu sua motocicleta para a direita, passando a trafegar próximo do meio-fio. Conforme sustentado ontem, Sílvio acelerou o VW Polo e colidiu, propositalmente, na traseira da motocicleta. A vítima caiu e o réu passou o carro sobre a cabeça dela.

Desclassificação não acatada

A defesa do engenheiro tentou demonstrar que não houve a intenção de provocar a morte da vítima. Que teria sido uma fatalidade. Que vítima estava sem capacete, e jogou a moto contra o carro. Além disso, chegou a pedir a desclassificação do crime para homicídio culposo, mas não teve êxito. Por 4 votos a 3, o corpo de jurados entendeu que houve mesmo homicídio doloso conforme apontado pelo MP.

A desclassificação havia sido sustentada também ao logo da instrução processual. A tese chegou a ser acatada pela Justiça. Mas Ministério Público interpôs recurso acatado pelo Tribunal de Justiça de Goiás, o que garantiu a realização do júri ontem, realizado no Auditório do Fórum Cível Dr. Heitor Moraes Fleury, no Park Lozandes, em Goiânia, e presidido pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira.