Defensoria começa a atender moradores de ocupação no Jardim Novo Mundo

Com o objetivo de ouvir os moradores da ocupação em área da União, no Jardim Novo Mundo, apresentar a instituição e oferecer assistência jurídica, integral e gratuita, a Defensoria Pública do Estado de Goiás visitou os representantes das 430 famílias, no início da noite de quinta-feira (04/05). Uma comissão de defensores públicos das Áreas Criminal, Execução Penal e Cível, começou a ouvir cada demanda para traçar uma estratégia de atuação e atender as necessidades das pessoas que moram no local há 3 anos. De acordo com as famílias as principais demandas são a falta de água encanada, esgoto, energia elétrica, segurança, creche e assistência médica.

A comissão de defensores públicos foi composta por Ana Carolina Leal de Oliveira, Salomão Rodrigues da Silva Neto, Laura Pereira da Silveira, Gisela Camillo Casotti Teixeira, Anna Lina Bariani Araújo e Thais Quinelato Ferraz. A defensora pública Ana Carolina Leal foi a primeira a conversar com os moradores e explicou a função de cada defensor público e o objetivo da Defensoria Pública.

De acordo com a defensora pública a meta, depois de ouvir as famílias, é traçar estratégia de atuação de acordo com cada necessidade. Ana Carolina Leal lembrou que o terreno onde as famílias estão alojadas é federal, sendo de competência da Defensoria Pública da União (DPU), e delineou como será a atuação da Defensoria de Goiás. “O que a gente vai tentar ajudar, por exemplo, é em relação à rede de esgoto, energia elétrica, porque aqui é tudo clandestino. Vamos tentar garantir todos os direitos fundamentais não relacionados ao terreno. As demandas podem ser atendidas de forma individual ou coletiva”, completou a defensora pública.

A aposentada Verônica de Melo Oliveira, 65 anos, está no local desde o início da ocupação. Portadora de diversas complicações de saúde, dona Verônica é viúva há dez anos e mora numa casa com duas filhas e uma neta. A aposentada reclama principalmente da falta de linda de ônibus próximo onde mora. Mas, ela lembra de outras demandas e tem esperança que com a ajuda da Defensoria Pública, muita coisa se resolva. “Gostaria muito que o prefeito desse uma solução pra gente aqui. Muitas vezes temos medo de ajeitar a nossa casa, temendo a que a prefeitura venha e tire a gente daqui. Aqui precisa escola, uma creche, uma luz descente. Achei muito bonito o trabalho que a Defensoria Pública está fazendo aqui e fiquei muito feliz com os defensores públicos aqui”, completou.

O líder comunitário da ocupação, Geromias de Abreu Santos, 32 anos, serralheiro, enumerou também as principais necessidades das famílias. “As principais dificuldades são a falta de policiamento, água que falta muito. Aliás, são muitas dificuldades. Precisamos de amparo de uma assistente social, principalmente. Esperamos que a Defensoria Pública nos olhe com olhos humanos e nos ajude da maneira que puder”, declarou esperançoso.