Advogado protocola primeira ação contra aplicativo Lulu em Goiás

O advogado Marco Túlio Toguchi, de 26 anos, é o primeiro a ingressar com ação na Justiça em Goiás contra o aplicativo Lulu, em que mulheres avaliam anonimamente os homens. Com uma ação cautelar, protocolada na terça-feira, ele pede a retirada de seus dados e que o app saia do ar. “Várias pessoas me mandaram mensagens falando que eu estava sendo avaliado com coisas que eu desconheço”, explica.

Exclusivo para o uso de mulheres, o Lulu gerou polêmica em seu lançamento no Brasil na semana passada por sincronizar automaticamente as contas do Facebook. Assim os perfis dos homens avaliados aparecem com uma nota e hashtags (palavras-chaves antecedidas pelo símbolo #). Toguchi afirma que descrições como #pagaaconta e #mãosmágicas se relacionam com coisas íntimas e isso o motivou a buscar seus direitos.

“Procurei saber como retirar o meu perfil, mas não obtive resposta e não tenho como visualizar se realmente retiraram”, afirmou. O advogado disse que enviou e-mail para a Luluvise Incorporation, responsável pelo app, ele não obteve resposta.

Ação no DF

Além de Goiás, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do MP/DF instaurou  inquérito civil público contra o Facebook e a Luluvise Incorporation, criadora do aplicativo Lulu. Ambas têm o prazo de cinco dias para prestar esclarecimentos sobre o aplicativo, acusado de ofender direitos da personalidade de milhões de usuários do sexo masculino.

O aplicativo permite que apenas as mulheres, usuárias da rede social, façam, anonimamente, inúmeras avaliações dos homens, inclusive atribuindo notas sobre diversos aspectos pessoais como desempenho sexual, caráter e forma de interagir com as mulheres em relações íntimas.

De acordo com o MP, essa situação evidencia ofensa a direitos existenciais de consumidores, particularmente à honra e à privacidade, ensejando medidas administrativas e, eventualmente, condenação por dano moral coletivo. Com informações do Popular