Adiado júri dos acusados da morte de ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás previsto para hoje

Marília Costa e Silva

Previsto para ser realizado na manhã desta quinta-feira (21), o júri dos acusados do homicídio do então prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida, conhecido como Zé da Covanca, foi adiado. Motivo: dois dos réus alegaram não ter tido tempo para contratarem advogados para as defesas. A sessão do júri popular foi marcada no dia 17 de setembro passado.

O juiz da 4ª  Vara Criminal dos Crimes Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, Antônio Fernandes de Oliveira, deu prazo de 10 dias para que José Roberto Macedo Pinheiro e Luiz Carlos Medeiros contratem advogados. Se isso não ocorrer nesse prazo, serão nomeados defensores ou mesmo indicados defensores públicos para atuarem na causa. Nova sessão para julgamento, no entanto, não foi marcada.

Desaforamento

O júri popular seria realizado na capital e não em Campos Belos, no interior do Estado, comarca que engloba Monte Alegre, a pedido do Ministério Público, em razão de dúvidas acerca da imparcialidade de jurados, ante o poder intimidatório dos réus. O desaforamento foi deferido pela desembargadora Avelirdes Almeida P. de Lemos, do Tribunal e Justiça de Goiás (TJGO), em janeiro do ano passado.

O crime ocorreu em agosto de 1999 e o júri chegou a ser designado para o dia 17 de agosto de 2016. Porém, o julgamento não foi realizado em razão do requerimento de desaforamento. Os representes do MP-GO alegaram que, dois dias antes do julgamento, receberam a informação de que componentes do corpo de jurados estariam sendo abordados por pessoas ligadas aos réus a fim de obter decisão absolutória.

Os réus são Antônio Pereira Damasceno, ex-vice-prefeito de Monte Alegre e apontado como o mandante do crime; Luís Carlos Medeiros, denunciado como um dos executores; Floriano Barbo Neto, que foi presidente da Câmara de Vereadores do município e José Roberto Macedo Pinheiro, na época, cabo eleitoral do então vice-prefeito. Pelo crime, também foram acusadas outras três pessoas, sendo que uma morreu há cerca de dez anos em troca de tiros com a polícia e outros dois nunca foram localizados.

De acordo com a denúncia, em agosto de 1999 os acusados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, localizada em Monte Alegre. Consta ainda que o crime foi articulado pelo então vice-prefeito, Antônio, e seu então cabo eleitoral José Roberto, que planejaram o assassinato com o propósito de proveito político. Ele foi morto em casa, com três tiros, na cabeça, nariz e pescoço.