Procon apura que juros do crédito pessoal podem variar em até 121,71%

No período de 4 a 9 de setembro, o Procon percorreu dez agências bancárias em Goiânia para pesquisar os juros praticados no mercado, nas diversas modalidades de crédito ofertadas. A maior variação foi verificada no crédito pessoal, modalidade CDC, onde a menor taxa encontrada foi de 3,50%, enquanto a máxima chegou a 7,76%, variação de 121,71%. Já a segunda maior variação foi na taxa de juros do cheque especial, com até 109,95%, com a menor taxa de 6,33% e a maior de 13,29%. Para o empréstimo consignado a servidor público estadual, num prazo de 60 meses, a menor taxa encontrada foi de 1,39%, enquanto a máxima chegou a 1,99%. Variação de até 43,17%.

Para se ater a comparações precisas, a equipe de fiscalização solicitou a maior taxa praticada para cliente pessoa física não preferencial, explica o gerente de pesquisa e cálculo do Procon, Gleydson Tomaz. “A mesma modalidade de crédito pode ser ofertada com diferentes taxas, variando do tipo de relação que o consumidor mantém com o banco”, explica.

Para mostrar ao consumidor como a variação de 0,6%, apresentada no empréstimo consignado, pode onerar a transação, o Procon fez uma simulação de um empréstimo de R$ 5 mil para ser pago em 60 meses. Ao término, o consumidor terá desembolsado R$ 1.205,40 a mais, caso opte pela modalidade de juro mais alta. “Fizemos esse estudo para mostrar ao consumidor como é importante fazer uma pesquisa prévia antes de contratar algum tipo de financiamento”, alerta.

Venda casada
Segundo o gerente do Procon, Gleydson Tomaz, durante a pesquisa foi identificada a venda casada de outros produtos financeiros junto à contratação do empréstimo, o que acaba onerando ainda mais a transação. “Além da taxa do IOF e do cadastro, muitas empresas ainda incluem um seguro ou outro produto junto à contratação. Isso não pode ser feito sem a devida deliberação do consumidor”, orienta.

Em alguns casos, o consumidor encontra dificuldade em se desvencilhar dessa cobrança adicional, ao ser informado pelo banco de que a sua retirada tornará mais difícil o acesso ao crédito. “Diante dessa situação, é preciso ligar imediatamente para o disque denúncia do Procon, no 151, e solicitar a visita de um fiscal na agência, na mesma hora. Dessa forma será mais fácil configurar a prática abusiva e gerar um auto de infração, que é passível de punição com dois a cinco anos de prisão”, finaliza.