Boa parte das pessoas tidas como desaparecidas no Estado, cerca de 90%, sumiu por vontade própria, segundo informações repassadas pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Prova disso é que apenas em março 26 inquéritos de desaparecimento foram arquivados, pois a vítima teria fugido e retornado voluntariamente. Em apenas 10% dos casos, a pessoa desapareceu com evidência de crime. As informações são do jornal O Hoje.
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara (foto), da 1ª Vara Criminal de Goiânia, afirma que nos últimos meses os casos de supostos desaparecimentos aumentaram. Ele acredita que, na maioria das vezes, a fuga acontece depois de brigas familiares ou envolvimento com drogas.
Entre os adolescentes, neste caso os registros ficam a cargo da Delegacia Estadual de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) – são frequentes ocorrências de garotas que saem de casa devido a relacionamentos amorosos. Em uma semana, a delegacia especializada chega a atender dez famílias que relatam desaparecimentos de adolescentes.
Já entre os adultos, a DIH informa que a faixa etária de desaparecidos vai de 18 a 64 anos, sendo a maioria do sexo masculino. Após o retorno, o suposto desaparecido é intimado a narrar o que aconteceu no período, para depois ser enviado o pedido de arquivamento do inquérito. Há casos em que a pessoa apresenta também distúrbios mentais, por isso, normalmente, são encontrados pelas polícias Militar ou Civil.
As ocorrências de pessoas desaparecidas na DIH aumentam principalmente durante feriados prolongados e finais de semana. Nota-se que nesses episódios as famílias já sabem o motivo do sumiço do ente querido, mas, desesperadas por não possuir qualquer pista de paradeiro, acabam procurando ajuda da polícia. Frequentemente, a pessoa retorna para a família depois de algum tempo.
No entanto, é importante destacar que existem casos sérios de verdadeiros desaparecimentos, pois a pessoa pode até mesmo ter sido morta ou sequestrada. Por isso, independentemente da motivação, o melhor que se faz é a família procurar a polícia.
A situação de desaparecimento por vontade própria também está presente entre as crianças. Levantamento do Centro Internacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (Icmec) aponta que três a cada quatro desaparecidas fugiram. O estudo também apontou que normalmente as fugas são reincidentes. Ou seja, acontecem várias vezes.
