Arquivada representação de investigação sobre suicídio de adolescente ligado a desafios na internet

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, arquivou a representação de busca e apreensão sobre o suicídio de dois adolescentes. Na investigação, que durou mais de um ano, foi constatado que a morte de um dos garotos teve ligação com jogos em redes sociais que instigavam o autoextermínio, a exemplo do Baleia Azul.

Segundo o magistrado, os autos ficaram sobrestados por mais de um ano, o que motivou o arquivamento. No despacho, Jesseir destacou que as autoridades policiais pediram a quebra de sigilo de dados das redes sociais, perfis e computadores apreendidos. Contudo, desde março do ano passado, não foi concluído inquérito policial ou requerida outra diligência.

No pedido para quebra de dados, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) discorreu sobre os dois suicídios, ocorridos no dia 21 de fevereiro do ano passado. O primeiro fato narrado, de um menino de 13 anos, foi constatada que a motivação foi relacionada a problemas pessoais e depressão. O segundo, contudo, a polícia começou a investigação, que apontou grupos do qual o jovem de 15 anos fazia parte que incitavam o suicídio, como o The H4ters, a vítima conheceu por intermédio de um primo, também menor de idade.

Conforme dados da Polícia Civil, os grupos tinham líderes que cooptavam adolescentes com depressãoa fim de serem manipulados e incitados a fazer desafios, como flagelos, culminando em suicídio. No curso das prévias investigações, outros dois suicídios supostamente também relacionados aos mesmos grupos ocorreram em Goiás. A DERCC, inclusive, listou nomes e perfis e pediu, em ordem judicial, para o Facebook e Instagram, quebra de sigilo. (Centro de Comunicação Social do TJGO)