Homem que matou ex-namorada por ciúmes vai a júri popular

Lázaro Ferreira de Castro Júnior, de 19 anos, vai a júri popular pelo homicídio da ex-namorada Kêmily Freire, de apenas 13 anos, e do amigo Eduardo de Oliveira, de 22 anos. A decisão é da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que seguiu, à unanimidade, o voto do relator, desembargador Nicomedes Borges. O crime aconteceu no dia 13 de janeiro deste ano, na cidade de Itapuranga, quando os dois jovens saíam da igreja. Segundo a denúncia, o acusado e a garota haviam namorado por três meses e, após o término, ele passou a ameaçá-la e a persegui-la.

A sentença de pronúncia havia sido proferida em primeiro grau pela comarca. A defesa recorreu e pediu a absolvição sumária, contudo, o relator frisou que “quanto à autoria, extraem-se dos autos, até o momento, indícios mínimos que apontam o acusado como possível autor dos fatos narrados”.

Segundo testemunhas, o autor do crime estava de capacete no momento do homicídio, mas foi reconhecida a motocicleta usada na fuga e o tipo físico de Lázaro. Além disso, o acusado teria dito à Kêmily que “se você não for minha, não será de mais ninguém” e “se eu ver você com outro cara, matarei os dois”. Além disso, durante o processo investigativo, Lázaro confessou o crime, mas, depois, apresentou outra versão durante interrogatório judicial.

Consta dos autos que as duas vítimas assistiram a um culto na Igreja Assembleia de Deus e de lá saíram a pé por volta das 22 horas. Enquanto isso, Lázaro observava, na espreita, a ex-namorada, numa sorveteria à frente do local. Em sua motocicleta, ele seguiu Kêmily, que estava acompanhada de Eduardo e outros dois adolescentes, que estavam mais a frente. Quando os dois amigos se distanciaram um pouco mais, ele teria surpreendido as vítimas, já com uma faca em punho.

De acordo com o depoimento dos dois jovens, eles ouviram o grito de Kêmily e se viraram a tempo de ver Lázaro dar uma gravata na garota e desferir golpes de faca no tórax, abdômen e pescoço. Eduardo teria ficado sem reação e não teve tempo de fugir. Em seguida, ele também foi agredido e morto no local. Conforme relatos, após o assassinato, Lázaro chutou várias vezes a cabeça do jovem estendido no chão. Como agravante do crime, o colegiado entendeu que houve motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. (Recurso em Sentido Estrito Nº 201490260641)