A discussão sobre uma iminente falência e falta de visão da igreja no século XXI e a urgência da reflexão sobre seus desafios no presente e no futuro é a temática desta obra, em uma análise questionadora acerca do apostolado e da relação do cristão com a fé. Com um título bastante invocativo, “ESCUTA! VERMEZINHO DE JACÓ” o livro é da autoria de Edemundo Dias de Oliveira Filho, secretário da Administração Penitenciária e Justiça de Goiás e pastor evangélico da Igreja Assembléia de Deus. Ela traz à sociedade uma importante reflexão sobre a mercantilização da religião e o esvaziamento do sentido essencial do conceito de cristão na pós-modernidade. O lançamento do livro aconteceu no último dia 15 de abril, no Santuário Bethel, em comemoração aos 10 anos de ministério do autor.
De acordo com Edemundo Dias, o livro faz uma advertência severa e um diagnóstico eloquente e grave à postura da igreja ante os sutis, mas letais perigos que rondam esse espaço de religião e fé. Dias explicou que Deus lhe fez uma revelação que o motivou a escrever o livro. O autor identificou sete problemas que afligem a igreja e sete caminhos de restauração que devem ser urgentemente postos em prática. “Jesus está voltando e vai receber a igreja que vai reinar com ele. Essa deve estar preparada de maneira irrepreensível”, advertiu ele.
A revelação profética divina pontua os sete problemas: indiferença, alienação, divisão, confusão, secularização, torpeza e banalização; e os sete caminhos apontados como restauração são: re-conhecer a Jesus, re-conhecer a si mesma, volver ao primeiro amor; volver ao caminho da cruz, volver à dispensação do Espírito Santo; volver à simplicidade do Evangelho e re-vestir-se da armadura de Deus. Durante a narrativa, o leitor poderá conferir a análise feita sobre cada um desses tópicos.
Edemundo Dias explicou que a revelação recebida é uma espécie de chamamento de Deus a um estado de emergência, diante de um mundo apostatado do Criador. “A igreja precisa escutar o que Deus tem para falar”, afirma. Olivro “ESCUTA! VERMEZINHO DE JACÓ” é um alerta à sociedade e a todos aqueles que se dizem cristãos, pois a alienação do fiel tem contribuído para a afirmação da banalização da instituição religiosa. “A igreja não tem dado bom exemplo, bom testemunho. A função dela é ser luz e não tem funcionado assim. Muitas vezes, o que temos percebido mesmo nas pregações é que a graça divina é oferecida como uma mercadoria que está à venda, que tem preço, e isso é um absurdo”, exclamou Dias.
O livro sugere a volta aos princípios da religião, ao caminho da cruz, que têm como referência a igreja primitiva. Para o autor, no contexto atual, questões morais estão em conflito e a verdade bíblica precisa ser resgatada. Um dos trechos do livro faz citação a Richard Halverson e ilustra de maneira contundente a análise feita na obra. “Quando os gregos receberam o evangelho, eles o transformaram numa filosofia; quando os romanos o receberam, o transformaram em sistema de governo; quando os povos europeus receberam o evangelho, fizeram dele uma cultura; quando os norteamericanos o receberam, transformaram-no em um negócio”. Dessa maneira, segundo o autor, no modelo brasileiro, a igreja contemporânea tem uma mistura de tudo isso profetizado por Halverson, mas tem dado passos largos rumo ao modelo norteamericano.
