Buonaduce e Márcia Nascimento disputam hoje cargo de diretor-tesoureiro durante sessão que também terá prestação de contas da OAB-GO

O conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil volta a se reunir novamente na tarde desta quarta-feira (11). Além da eleição para escolha do seu novo diretor-tesoureiro, que substituirá Enil Henrique de Souza Filho, eleito na semana passada novo presidente da entidade, os conselheiros deverão assistir a tão cobrada prestação de contas da instituição. Ela deve acontecer para tentar acalmar os ânimos da classe, que tem usado as redes sociais para questionar os financiamentos feitos pela entidade e que resultaram em débitos que, segundo o vice-presidente Sebastião Macalé, somariam mais de R$ 13 milhões.

Desde a semana passada, após a divulgação da dívida milionária da entidade, a crise interna vivida pela OAB Forte, que administra a instituição nos últimos anos, tem se agravado. Os conselheiros Jorge Jungmann, Mauracy Andrade e Alex Neder, inclusive, apresentaram requerimento para que Enil preste contas não só aos conselheiros mas também a todos os advogados. A justificativa é que até agora nem a diretoria e o ex-presidente, Henrique Tibúrcio, haviam sinalizado a existência da dívida, contraída com várias instituições bancárias. A expectativa sobre os números é grande e pode definir os rumos da próxima eleição para escolha da nova diretoria no fim do ano.

Ao contrário do que disse Macalé, Enil tem sustentado que os débitos hoje são de cerca de R$ 7 milhões e que as contas já foram devidamente aprovadas pelo Conselho Seccional. A secretária-adjunta, Márcia Queiroz, também garante que os valores são plenamente “pagáveis” e que não há inadimplência. “Os débitos foram contraídos de forma plenejada e dentro das condições financeiras da entidade”, afirma assegurando que Macalé já sabia dos financiamentos feitos, pois teve de assiná-los. O vice-presidente revelou as dívidas durante seu pronunciamento, quando falava aos colegas suas propostas para administrar a ordem caso fosse escolhido presidente no último dia 4. Na oportunidade se disse surpresso com endividamento da instituição. Devido a crise que se formou em virtude da revelação, Macalé garante que deve renunciar ao cargo amanhã (12).

Diretor-tesoureiro

Além da prestação de contas, a seccional goiana realiza hoje eleição para escolha do seu novo diretor-tesoureiro. Concorrem ao cargo a secretária-geral-adjunta Márcia Queiroz Nascimento, que foi convidada pelo próprio presidente para pleitear o cargo. Ela concorrerá com o diretor da Escola Superior da Advocacia (ESA), Flávio Buonaduce Borges.

Os dois submeterão seus nomes aos conselheiros da instituição a quem cabe escolher o novo diretor, que cumprirá mandato tampão até o fim do ano. Márcia garante que se for eleita dará apoio e sustentabilidade a Enil, que enfrenta uma série crise após denúncia feita pelo vice-presidente Sebastião Macalé de que a Ordem deve hoje mais de 13,1 milhões. Como não têm pretensão de ser candidata nas próximas eleições da entidade, ela acredita que poderá se dedicar a ajudar Enil a cumprir com seriedade seu mandato.

Já Buonaduce afirma que tem a oferecer à diretoria sua vasta experiência em gestão, já que foi secretário-geral da OAB-GO por três anos e diretor da ESA por dois anos. Apesar de não confirmar explicitamente, Buonaduce sinaliza que além das pretensões ao mandato-tampão, também pode colocar seu nome à disposição dos colegas na eleição da nova diretoria no fim do ano.