Brasileiros devem perceber importância de investir em um plano de previdência privada

Nos últimos meses, notícias sobre a crise econômica e a possível reforma da Previdência têm gerado insegurança quanto ao futuro de muitos brasileiros. Neste contexto, segundo a advogada Maria Carolina Santos, é importante pensar em investir em um plano de previdência complementar. Isto porque, embora este investimento ainda esteja distante da realidade da população, o plano de previdência privada contratado se somará à aposentadoria oficial e poderá prover recursos suficientes para continuar vivendo da mesma forma de quando estava na ativa.

Advogada Maria Carolina Santos

“Muitos brasileiros ainda esperam que a previdência social seja suficiente para manter o padrão de vida na velhice. Desta forma, acabam por não optar pela previdência complementar, deixando este assunto para o futuro”, relata a advogada. Para ela, não é errado querer e fazer jus ao recebimento da aposentadoria social, mas é preciso ter em mente a possibilidade de os proventos oferecidos pelo sistema previdenciário não serem efetivos para uma aposentadoria com dignidade ou para manter o padrão de vida.

De acordo com Maria Carolina, além da falta de renda, a falta de conhecimento sobre o tema faz com que muitas pessoas deixem de investir. “O percentual alto de não adesão à previdência privada está intimamente ligado à renda mensal e escolaridade das pessoas. Isso porque o público-alvo da previdência privada são aquelas pessoas que buscam garantir o mesmo padrão de vida atual, ou algo equiparado a este, fazendo com que a renda mensal obtida durante o período de vida produtivo, não sofra uma significativa redução com a aposentadoria”, explica.

A advogada destaca que o problema é que essa não é realidade da maioria. “Neste cenário de inflação alta e de desemprego no qual o País se encontra, as pessoas estão com dificuldades em arcar com as próprias despesas mensais, não sobrando renda para investimento”. avalia. Assim, apenas uma pequena parcela da população tem condições de financiar a renda futura, por isso o alto número de brasileiros que não aderem ao plano complementar.

“Outro aspecto que deve ser considerado é a falta de conhecimento sobre a importância da manutenção da qualidade de vida durante o período da aposentadoria”, observa. Ela acrescenta que, ao contrário do que vemos no Brasil, a cultura de previdência complementar já se encontra bastante difundida nas economias mais desenvolvidas. “O pensamento da população precisa mudar, pois, se por um lado, as despesas com família, educação dos filhos e manutenção de um padrão de consumo tendem a cair na velhice, os gastos com saúde, alimentação diferenciada, cuidados pessoais e viagens tendem a aumentar”, analisa.