Seu fornecedor quer te cobrar por adiamento de evento decorrente da pandemia? Saiba o que fazer

Com o decreto de quarentena para reduzir a propagação da Covid-19 que está acontecendo ao redor do globo, grandes eventos já foram cancelados ou adiados, como as Olimpíadas de 2020, agora marcadas para 2021. A pandemia afeta a todos, pois aglomerações são proibidas.

“Para quem planejava alguma comemoração, como aniversários ou casamentos, o principal problema é lidar com o que já foi pago, que pode levar ao prejuízo do consumidor”, afirma Sabrina Rui, advogada em direito tributário.

Em situações que são necessários os adiamentos de eventos programados, segundo ela, o ideal é entrar em contato com a empresa fornecedora e chegar a um acordo com flexibilização de ambas as partes envolvidas, haja vista que esta situação é de força maior.

Caso o acordo amigável não seja possível, a advogada aconselha a análise do contrato pactuado entre as partes, a fim de ser verificado se existe cláusula prevendo que mesmo em situações de “caso fortuito” ou “força maior” o pagamento do serviço contratado fica devido.

Se não houver previsão expressa de cláusula prevendo hipóteses de força maior no contrato pactuado, ela explica que o fornecedor fica vinculado a fazer o adiamento do evento contratado sem a incidência de multa, por se tratar de influências externas e alheias à vontade das partes.

No entanto, caso o fornecedor do serviço queira exigir multa para o adiamento do serviço, o consumidor pode se valer do Procon para preservar seus direitos, e evitar a incidência de multa e juros contratuais.

“Caso sofram algum prejuízo financeiro comprovado, os fornecedores devem expressar a situação e tentar uma negociação. Nesse momento, as empresas que tiverem empatia com o consumidor terão chance de alavancar suas atividades e gerar ganhos futuros”, afirma a advogada.

“As vezes as partes estão envolvidas emocionalmente na situação do evento, tal qual em um casamento, sendo aconselhável nessas hipóteses solicitar um profissional da área para que faça a intermediação das negociações, pois um terceiro não envolvido no problema consegue, na maioria das vezes, soluções moderadas para o conflito”, pondera.