Rafael Vasconcelos comenta, em coluna da Revista da Procuradoria, obra que facilita a leitura

A coluna integra as edições da Revista da Procuradoria
A coluna Observatório Cultural integra as edições da Revista da Procuradoria editada mensalmente

A longinquidade a meio dos dois polos subjetivos do processo de interlocução, não  parcas  oportunidades, acarreta avarias inexpugnáveis à consecução de seu escopo.  Concerne mormente aolocutor, na escrita, envidar implementos profícuos a endossar a  legibilidade de sua composição. Incumbência essa que deve jungir de forma mais pujante, como acertadamente denota o art. 10 da Lei Complementar n. 33, de 1º de agosto de 2001, os incumbidos da redação legislatória. Se não entendeu fique calmo. Existem obras que podem ajudar a facilitar a leitura. Isso é o que afirmam Yara Liberato e Lúcia  Fulgêncio, professoras da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em obra recomendada pelo procurador da Assembleia Legislativa Rafael Rodrigues Vasconcelos.

E justamente pelas dicas importantes é que o livro, intitulado É Possível Facilitar a Leitura – Um Guia para Escrever Claro, é o tema da coluna Observatório Cultural, assinada pelo procurador. Ela faz integra a Revista da Procuradoria, que está em sua segunda edição e pode ser lida aqui. O Vasconcelos pondera que, apesar do princípio da oralidade ser informante dos processos legislativo e judicial, é inegável a importância da linguagem escrita.

Ele explica que, para as autoras, a legibilidade do texto é diretamente proporcional à  qualidade  da  leitura, a funcional, especificamente. “Elas não se prendem à mera decodificação de sinais gráficos, mas a leitura com compreensão das informações veiculadas.A princípio, elas apresentam um modelo de descrição do processo de leitura. Mas, a presença e importância das informações visual e não visual demonstram que a leitura envolvenão  só o escrito, mas a interação entre o que o leitor já sabe e o que ele retira do texto”, assegura.

Essa economia de tempo dispendido na percepção visual não é luxo, mas sim necessidade. O cérebro trabalha com uma memória de curto prazo que deve obter significado pela junção dos sinais gráficos em um breve momento. Se tem êxito, o conteúdo semântico é salvo na memória de longo prazo. Se não, a informação é descartada. O uso de palavras desconhecidas, a inversão dos elementos da oração e as inserções entre os grandes constituintes da sentença tornam lenta a leitura.

Se não há constituição de conteúdo semântico no tempo suficiente a informação é perdida sem ir para a memória de longo prazo, o que resulta na incompreensão do texto. É por isso que, por exemplo, depois de consultar o significado da palavra no dicionário, você precisa reler a sentença em que ela está: para colocar a informação em sua memória de longo prazo, pois o que leu antes já foi descartado por não ser compreendido.