Fifa conta com advogados brasileiros em cada um dos 64 jogos da Copa

Entre os milhares de presentes em cada um dos 12 estádios da Copa do Mundo no Brasil, há um advogado trabalhando para a Federação Internacional de Futebol (Fifa). E assim será em todos os 64 jogos. Mesmo com a Lei Geral da Copa embaixo do braço, que já é de extrema ajuda jurídica, a entidade contratou profissionais brasileiros especializados nos direitos criminal, cível e comercial. Eles assistem às partidas em camarotes da própria Fifa e prestam assessoria jurídica caso seja necessário.

A “área de atuação” dos advogados não inclui apenas a arena. Estende-se às imediações de igual modo, como na invasão de 85 chilenos ao Maracanã, no Rio de Janeiro. Naquele caso, mesmo que os chilenos que invadiram o estádio voltassem às ruas, por exemplo, e houvesse algum problema com eles, os advogados da Fifa poderiam atuar.

Em Brasília, ao menos três profissionais acompanharam as quatro primeiras partidas no Estádio Nacional Mané Garrincha e estarão nas próximas três — a primeira delas amanhã, entre França e Nigéria. Um deles, um jovem advogado, professor universitário, com especialização, mestrado e doutorado em direito criminal, que já esteve no Mané, conversou com o Correio Braziliense sobre a atuação em nome da Fifa, desde que não tivesse o nome citado. No estádio, ele foi o responsável por defender a entidade em qualquer questão jurídica, como, por exemplo, se alguém quisesse responsabilizar a Fifa por algum acidente no Mané Garrincha.

Para levar esses profissionais ao campo, a entidade máxima do futebol mantém um contrato com escritórios de advocacia em cada estado. No documento, não há remuneração pela presença na arena. Os advogados ganham o ingresso, devem manter os celulares ligados e ficar atentos a qualquer imprevisto. “Só recebe honorários se houver a prestação de serviço, de fato, como algum crime, agressão, tiro ou acompanhar alguma ocorrência para um relato futuro à entidade”, explicou.

Atirador de elite

Na suposta falha no esquema de segurança dentro do Itaquerão, quando um atirador de elite avistou um homem armado próximo à tribuna onde estavam a presidente Dilma Rousseff, chefes de Estado e autoridades da Fifa, o advogado contratado pela Fifa ficou responsável apenas por monitorar os acontecimentos. “Ele atuaria para impedir que a Fifa fosse responsabilizada por algum crime ocorrido dentro do estádio”, diz o advogado.

No Rio de Janeiro, um profissional acompanhou a contenção dos 85 torcedores chilenos presos que invadiram o Maracanã durante a partida entre o Chile e a Espanha, pela segunda rodada, em 18 de junho. Eles foram liberados pela Polícia Civil, mas a Polícia Federal determinou prazo de 72 horas para que deixassem o país. Ao menos 25 permanecem no Brasil. Fonte: Correio Braziliense