“É preciso conciliar quantidade com qualidade”, diz novo desembargador do TJGO sobre desafios na função

novo desembargador
Fábio Cristovão de Campos Faria foi escolhido pelo critério do merecimento
Publicidade

Wanessa Rodrigues

Juiz substituto em segundo grau há mais de dez anos, Fábio Cristóvão de Campos Faria, de 56 anos, toma posse nessa sexta-feira (18/06) como novo desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Ele foi escolhido pelo Órgão Especial, sendo promovido ao cargo pelo critério de merecimento. A cerimônia de posse será realizada às 10 horas, em sessão presidida pelo chefe do Poder Judiciário, desembargador Carlos Alberto França.

Em entrevista exclusiva ao Portal Rota Jurídica, o mais novo desembargador do TJGO falou sobre as expectativas frente ao novo cargo e os desafios a serem enfrentados. O magistrado, que vai atuar na 1ª Câmara Criminal, disse que o objetivo a ser alcançado é preciso conciliar qualidade com quantidade, além de promover uma Justiça conciliatória. Confira a entrevista:

Como o senhor chegou à magistratura?

Cheguei no concurso de 89, quando 13 magistrados foram aprovados. Até então eu era promotor e deixei o MPGO pela magistratura.

Em sua carreira como magistrado, esperava chegar a desembargador do TJGO, principalmente pelo critério do merecimento? Qual o sentimento em assumir a função?

Esperava sim, porque, quando você entra numa lista, a tradição que é você não seja removido dela. Eu já havia entrado há duas listas atrás. Além disso, sou o terceiro na antiguidade. Ou seja, a assunção seria uma questão de tempo.

Estou bem feliz agora, mas já sou juiz substituto em segundo grau há mais de dez anos. O que muda é que agora vou ser titular, mas no trabalho mesmo não será novidade. Sou juiz há 31 anos, dos quais 27 exclusivamente na criminal. Só nos últimos dois anos retornei para a área Cível.

Quais os objetivos a serem alcançados como desembargador e como a experiência adquirida até o momento pode contribuir para o desempenho de suas funções?

Conciliar a qualidade com quantidade. Hoje, estamos muito focados na quantidade, esquecendo um pouco da qualidade, o que é compreensível, pelo excesso de serviço. De qualquer forma, buscamos sempre cumprir o dever de realizar o julgamento com Justiça.

Em sua opinião, hoje quais são os desafios da magistratura?

A magistratura é muito criticada pela morosidade, mas de forma antagônica, acho que estamos trabalhando muito, nunca se produziu tanto. Por tudo hoje se entra na Justiça, principalmente na área Cível, as pessoas estão mais intolerantes e querendo fazer prevalecer seus direitos. Importante uma justiça conciliatória. Alguns querem apenas ser ouvidos, atenção, mas quem tem tempo? A sobrecarga prejudica.

Como senhor pode contribuir para enfrentar o desafio de termos uma Justiça mais ágil?

Com uma equipe qualificada. Assessoria eficiente é essencial.

Como o Judiciário pode se aproximar da sociedade?

Com muito trabalho mesmo. Tornando-se mais bem qualificado. Acho que isso já está acontecendo.

Fábio Cristóvão de Campos Faria é casado com Márcia Carvalho, arquiteta, e tem dois filhos; Cairo, de 27 anos, engenheiro civil, e Pedro, de 19, estudante de Medicina.

Leia mais:

“O Poder Judiciário existe para servir à sociedade, de forma justa, responsável e legal”, diz novo desembargador do TJGO