O corregedor da Justiça do Trabalho em Goiás, Eugênio Cesário, informou, nesta segunda-feira (2), a representantes da Associação Goiana da Advocacia Trabalhista (Agatra), que instaurou, de ofício, procedimento legal para apuração de fatos envolvendo declarações polêmicas feitas pela juíza Cleuza Gonçalves Lopes, durante uma audiência virtual no dia 20 de agosto passado.
Na ocasião, a magistrada expressou sua insatisfação com as audiências virtuais, afirmando que teria “uma alegria enorme” se pudesse deixar de julgar o processo. Durante a sessão, a juíza também afirmou que poderia escrever o que quisesse na ata da audiência e ironizou críticas de uma advogada sobre o tratamento dado a uma testemunha.
Segundo o corregedor, o procedimento deverá, conforme a legislação, assegurar a ampla defesa e o contraditório, investigando todos os fatos e condutas expressos na audiência divulgada, incluindo a possível quebra de segredo de justiça no processo que estava sendo julgado na sessão virtual.
Respeito mútuo
Durante o encontro, foram discutidas ainda ações voltadas a reforçar o respeito mútuo entre juízes e advogados e a promover um ambiente de trabalho harmonioso e cortês nas Varas do Trabalho.
O corregedor ressaltou a excelente relação mantida pelos magistrados da Justiça do Trabalho com a advocacia. “Ainda que, naturalmente, possam surgir eventuais divergências, considerando a complexidade inerente aos processos judiciais, a visita da advocacia trabalhista reafirma o sólido diálogo e a cooperação entre as partes”, ressaltou.
Já advogado Fernando Mendes, presidente da Agatra, afirmou que tem enfatizado a importância da advocacia se fazer presente nas correições nas Varas do Trabalho, como tem ocorrido. Isonel Silveira, advogado-ouvidor da Agatra, disse que “o Tribunal tem a melhor relação com a advocacia”, mas que há situações que fogem a essa regra e que merecem atenção do Tribunal. Também esteve presente ao encontro o advogado Eder Araújo, secretário-geral da Escola Superior da Advocacia Trabalhista, Esat, da Agatra.
O desembargador-corregedor, por sua vez, realçou que a corregedoria do TRT-GO tem trabalhado de forma diligente para assegurar o cumprimento de sua missão e reafirmou o compromisso do Tribunal em promover a ética e a urbanidade em todas as esferas do Judiciário, garantindo que tanto magistrados quanto advogados atuem de forma respeitosa e profissional: “estamos permanentemente à disposição para qualquer manifestação ou representação”, concluiu.