Caso Danilo: promotora oferece denúncia contra jovem que confessou crime e pede soltura de padrasto

A 67ª Promotoria de Justiça de Goiânia ofereceu denúncia em desfavor de Hian Alves de Oliveira pelo homicídio, por motivo torpe, mediante emprego de meio cruel, consistente em asfixia e mediante dissimulação, de Danilo de Sousa Silva, de 7 anos. A promotora de Justiça Renata de Oliveira Marinho e Sousa, autora da denúncia, manifestou-se ainda pela soltura de Reginaldo Lima dos Santos, padrasto da vítima, que também havia sido preso pela Polícia Civil, uma vez que nenhuma imputação a ele foi dirigida.

De acordo com a denúncia, o crime ocorreu por volta das 17 horas de 21 de julho deste ano, no interior da mata localizada na Ocupação Santa Rita, em Goiânia. Hian Alves de Oliveira morava na casa do pastor Fabiano Martins da Silva, sendo ajudado por este. O religioso também ajudava a família de Reginaldo Lima dos Santos, fato que despertou ciúmes no denunciado. Com o fim de prejudicar Reginaldo Lima dos Santos, ele decidiu matar a criança, para que a responsabilidade recaísse sobre o padrasto, o qual não era bem quisto na região e já ostentava histórico de violência doméstica contra a mulher, fato conhecido na comunidade.

Segundo a denúncia, o primeiro passo do plano de Hian Alves de Oliveira foi colocado em prática alguns dias antes do fato, quando o denunciado fez pontas em algumas varas que pretendia utilizar no crime. A vítima, que era uma criança criada livre pela redondeza e transitava sem a companhia de adultos, saiu de casa sozinha, no dia do crime, informando que iria para a residência dos avós, na rua dos fundos de sua casa, como fazia costumeiramente. A criança levava consigo uma pipa e passou no campinho, onde conversou com um amigo.

Ainda de acordo com a denúncia, no dia do crime, Hian, que trabalhava em uma obra da igreja ali próximo, percebeu a oportunidade de matar a vítima. Ele pegou uma das varas previamente preparadas e ficou aguardando nas proximidades do campinho. Quando Danilo ficou sozinho no local, o denunciado atraiu a vítima para dentro da mata, a jogou no chão lamacento, forçou seu rosto para baixo fazendo com que aspirasse lama. Com a vítima desfalecida, mas ainda viva, o denunciado, ao perceber ainda um suspiro, pegou a vara que levou e espetou a vítima na nádega para conferir que não mais reagiria.

Acusação falsa
A denúncia narra que Hian Alves de Oliveira chegou a unir-se na busca pela criança, para que não fosse tido como suspeito. Depois do encontro do corpo, ele apontou Reginaldo Lima dos Santos como suspeito. Entretanto, as provas produzidas indicaram que o padrasto da criança estava em outro lugar na hora do crime.

Conforme apontado pelo MP, o homicídio foi cometido por motivo torpe, uma vez que o denunciado sentiu ciúmes pelo fato de o pastor com quem morava ajudar a família da vítima. O meio utilizado foi cruel, pois o crime foi executado com asfixia mecânica por afogamento em lama.

O MP-GO entendeu não ser necessário o retorno dos autos para a Delegacia de Polícia para que Hian Alves de Oliveira seja novamente interrogado, agora com a presença de seu advogado, conforme pedido da defesa. “Os autos trazem elementos probatórios outros, importantes e suficientes que lastreiam a denúncia de forma independente do interrogatório. O réu será ouvido em juízo, na presença de seu advogado e devidamente instruído, onde poderá contar, ou não, o que entender necessário e importante para o esclarecimento dos fatos”, afirmou Renata de Oliveira Marinho e Sousa. Fonte: MP-GO