Casag estuda a implantação de escritório compartilhado para advogados em Goiânia

Wanessa Rodrigues

A Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag) estuda a implantação de escritório compartilhado para advogados em Goiânia. A ideia é contribuir para que o profissional em início de carreira ou que não possui condições de ter o próprio escritório possa utilizar a estrutura, sem que a mesma lhe traga ônus. O local contará com todos os equipamentos necessários para o desempenho das atividades dos advogados.

rodolfo entrevista
Advogado Rodolfo Otávio Mota, presidente da Casag.

O presidente da Casag, Rodolfo Otávio Mota, salienta que, por meio deste escritório compartilhado, o advogado poderá realizar suas atividades profissionais sem dependência a qualquer outro profissional. Ele lembra que, hoje, a OAB já tem escritório compartilhado formado por quatro salas e que está à disposição dos advogados na Escola Superior da Advocacia de Goiás (ESA-GO). Porém, ele acredita que essa estrutura ainda é “tímida” e pode ser ampliada.

O local para a implantação do escritório compartilhado ainda não foi definido. Mas, segundo Mota, está em estudo a utilização de prédio da OAB localizado na Avenida Goiás, na capital. Segundo ele, está em processo o estudos de viabilidade do local, tanto técnico como de infraestrutura.

O prédio suportaria, conforme avalia o presidente da Casag, até 100 advogados de forma simultânea – com 30 a 40 estações de trabalho por andar. “Não seria um lugar específico para se fazer grandes negócios. Seria para atender a advocacia hipossuficiente, que precisa peticionar, redigir, etc. Pessoas que não têm condições de montar o próprio escritório”, diz.

Reinserção
A implantação do escritório compartilhado faz parte das ações da Casag para reinserir advogados que estão fora do mercado de trabalho. A primeira etapa desta reinserção é a negociação com os advogados que estão inadimplentes com a anuidade OAB-GO. A intenção é que estes profissionais consigam quitar seus débitos e, consequentemente, restabeleçam direitos e prerrogativas.

A Casag, que adquiriu da OAB-GO os créditos das ações de execução contra advogados, deve iniciar, no mês de março, a negociação com profissionais que não pagaram a anuidade nos últimos cinco anos. O valor das execuções ultrapassa R$ 5 milhões. Porém, o presidente da Casag observa que não basta flexibilizar o pagamento e, daqui um tempo, o problema eclodir novamente.

Por isso, segundo Mota, a segunda etapa do processo de reinserção é ensinar o advogado a “pescar”. “O que vamos fazer, assim que esse profissional for reinserido, é fornecer cursos para que ele consiga voltar ao mercado e possa gerir o próprio negócio. Além do escritório compartilhado, para que ele possa desempenhar suas atividades”, diz Mota.