TJGO deve julgar recursos contra sentença que absolveu policiais do assassinato do advogado Davi Sebba

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O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) deve julgar, na terça-feira (08/03), a partir das 9 horas, os recursos contra a sentença que absolveu dois dos três policiais militares acusados pelo assassinato do advogado e Davi Sebba – somente um deles seria levado a júri popular. Além disso, todos os policiais foram absolvidos de outras quatro acusações, incluindo o de implantação de arma de fogo na cena (fraude processual). O crime ocorreu há quase 10 anos, em julho de 2012.

A sentença foi dada em 2017, pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira. Na ocasião, o magistrado considerou que não houve motivo indiciário suficiente para mandar os PMs Edinailton Pereira de Souza e Luiz Frederico de Oliveira a júri popular. Já o militar Jonathas Atenevir Jordão, que assumiu a autoria do disparo que matou a vítima, vai a júri por homicídio simples.

Contudo, segundo os advogados da família, Allan Hahnemann Ferreira e Pedro Ivo Sebba Ramalho, o inquérito já havia concluído que o advogado foi executado sumariamente, já que não teve como se defender. “Agora, a grande expectativa é que, enfim, seja feita justiça pelos votos dos desembargadores que julgarão os recursos contra a sentença, e que os policiais possam ser levados ao Júri Popular para serem condenados”, dizem em nota os advogados da família.

Relembre o Caso

O advogado foi morto por policiais no dia 5 de julho de 2012, no estacionamento do hipermercado Carrefour, no setor Vila União, em Goiânia. Na versão divulgada pela PM na época, ao ser abordado por um policial, o advogado reagiu e acabou sendo baleado. A justificativa foi a suspeita de comercialização de drogas, mas a perícia não encontrou nenhuma substância ilícita no local.

Segundo a família da vítima, ele foi ao hipermercado comprar mantimentos e fraldas, já que seu filho nasceria horas depois naquele mesmo dia. O inquérito da Polícia Civil indiciou quatro policiais pelo crime. O relatório conclui que Davi foi executado pelos militares à paisana, descartando a versão de troca de tiros apresentada pelos PMs.

Defesa

A defesa dos policiais entende, por sua vez, que para se efetivar a justiça completa nesse primeiro momento deve haver a absolvição sumária de todos os envolvidos. Segundo o advogado Tadeu Bastos,  no decorrer do processo foi demonstrado que Davi Sebba era traficante e estava em uma interceptação telefônica em tempo real pela Polícia Federal. Foi esta, segundo o defensor, que requereu à Polícia Militar que fizesse a prisão dele para que tentassem chegar no líder da organização criminosa internacional de tráfico de drogas.

No momento da abordagem, de acordo com o advogado, Davi Sebba reagiu e foi alvejado por um disparo do policial militar que estava no local. “Esses esclarecimentos foram feitos pelo delegado e por agentes da Polícia Federal, por um comprador de droga e também pelos policiais militares envolvidos na ocorrência”, afirma.

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