Professores de Goiânia voltam hoje às salas de aula

Após 26 dias de paralisação e 13 de ocupação do plenário da Câmara de Vereadores, os professores e servidores administrativos da Rede Municipal de Educação decidiram, durante assembleia da categoria realizada na manhã de ontem, suspender a greve por pelo menos 30 dias e voltam hoje às salas de aulas. O calendário de reposição das aulas será definido por cada unidade de ensino. Já as sessões no Legislativo ainda não têm data para começar. As informações são do jornal O Hoje.

Uma nova assembleia dos professores foi agendada para 21 de novembro quando irão avaliar se as reivindicações compromissadas pelo Paço Municipal estão sendo cumpridas. Sobre a reposição das aulas, o membro do comando de greve, o professor Marcelo Borges, afirma que cada escola terá autonomia para elaborar o cronograma e não soube informar se será preciso utilizar o período das férias, mas diz que os alunos não serão prejudicados. “Cada escola irá elaborar, de acordo com sua realidade, o calendário de reposição das aulas. Não haverá prejuízos para os estudantes”, garante o professor.

Sobre o plenário da Câmara, o professor disse que três vereadores, Elias Vaz (PSB), Djalma Araújo (Solidariedade) e Virmondes Cruvinel (PSD) acompanharam a entrega. “Documentamos e realizamos a limpeza de todo plenário para os vereadores. Não houve depredação do patrimônio público”, afirma.

Entre as principais reivindicações dos professores atendidas pelo Paço Municipal estão dois reajuste no valor da gratificação do auxílio locomoção de 26,5% em janeiro dos anos de 2014 e 2015 para professores com carga horária de 30 horas semanais. A categoria também conquistou a incorporação da regência de classe na aposentadoria e progressão horizontal de 2 em 2 anos.

O vereador Virmondes Cruvinel (PSD) afirma que os professores conquistaram pontos importantes. “O movimento sai fortalecido com conquistas históricas para a professores e servidores da Educação”, pontua. A vereadora dra. Cristina diz ainda que o movimento foi vitorioso. “Foi um movimento vitorioso. Reflete falta de habilidade da política, quando sobrou arrogância”, disse.
Segurança
Comandante do policiamento da Guarda Municipal da Câmara, Carliston Maceió lembra que a presença dos professores no plenário durante todo o período foi tranquila. Ele elogia a organização do movimento, que manteve o ambiente sempre limpo. Lembra que os educadores colaboraram com segurança com comissões e participação na entrada e saída de pessoas no plenário.

As sessões no plenário, de acordo informações da presidência da Câmara só serão retomadas com laudo de vistoria realizada na tarde de ontem, após a desocupação.

Paralisação teve momentos de tensão

A greve dos servidores da Educação começou após desentendimento do Paço Municipal com a categoria sobre o fim da gratificação do Difícil Acesso e a nova de lei apresentada pelo Executivo do Auxílio Locomoção. Em votação no plenário da Câmara, dia 8 de outubro, os vereadores rejeitaram emenda do vereador Virmondes Cruvinel (PSD), o que despertou o protesto dos professores que lotavam as galerias, quando houve a ocupação.

Os professores resistiram a mandado de reintegração de posse. Transformaram praticamente o ambiente em um acampamento, com faixas e cartazes de protestos e reivindicações. As negociações só caminharam após quando o Ministério Público, intermediou o diálogo. O prefeito recebeu os professores no dia 15 de outubro, houve diálogo e consenso. Ao encaminhar o documento, os professores contestaram. As propostas oficializadas pelo Executivo não condiziam com o acordo. Os professores e servidores administrativos revisaram a proposta e encaminharam documento revisado.