Prédio da Justiça Trabalhista tem problemas apenas no acabamento, diz perícia

O laudo da nova avaliação estrutural da edificação do Fórum Trabalhista de Goiânia apresentado pela empresa Skymeter Engenharia e Telecomunicações constata que o prédio é seguro e não apresenta nenhum risco. O estudo foi apresentado na manhã desta segunda-feira (21/10) à presidente do TRT, desembargadora Elza Silveira, durante reunião em que participaram magistrados, diretores e representantes do Crea, da Amatra, do Sinjufego e da Asjustego. Conforme o documento, a série de trincas e fissuras no piso, nas paredes e até em uma parte do concreto, “não passam de problemas estéticos e não oferecem riscos”. O prédio foi inaugurado há 1 ano e meio e custou R$ 65 milhões.

A apresentação dos resultados foi feita pelo engenheiro Antônio Mendes, professor da PUC e mestre em estrutura, que chefiou a equipe responsável pela nova análise do prédio. Segundo ele, para a emissão do novo laudo os engenheiros verificaram toda a parte de concretagem, refizeram os cálculos estruturais, verificam se a construção estava dentro das normas e se havia possíveis patologias. O estudo demandou cerca de 15 dias e a conclusão é que embora haja fissuras e trincas nas paredes e no piso, elas decorrem especialmente por um problema de acabamento, o que pode causar desconforto estético mas não compromete a sustentação do edifício.

Segundo explicou o engenheiro, o prédio foi feito numa concepção contemporânea, com grandes vãos e uso de concreto armado, estrutura metálica e vidro e, por isso, é normal sentir a vibração em alguns pontos. “O prédio não está balançando apenas sentimos a vibração em razão de existirem grandes vãos e de a estrutura metálica ser mais flexível”, afirmou.

Também os engenheiros foram conclusivos em afirmar que não há rompimento de concreto, existe apenas desplacamento e isso em razão da grande quantidade de barras de ferro que sustentam as vigas de transição. Quanto à laje do térreo, os engenheiros afirmaram que ela é bem resistente, mas a aplicação direta da granitina não foi adequada e sugeriram a troca do piso com execução de armadura negativa para evitar futuras rachaduras.

Os engenheiros também afirmaram que é comum as vigas feitas de concreto apresentarem algumas fissuras, sendo que para estender a vida útil do edifício é recomendável a vedação dessas rachaduras com aplicação de metacrilato, o que evita a oxidação da estrutura metálica. O estudo, que teve o acompanhamento do engenheiro do Crea, Ricardo Veiga, ratifica o laudo que já existia anteriormente, realizado pela Stabile Engenharia Ltda, assim que a obra foi concluída em abril de 2012. “Estamos recomendando essas correções, contudo elas não são urgentes e nem comprometem a segurança, mas possibilitam o prolongamento da vida útil do edifício”, afirmou a engenheira Paulicelli Mendes, especialista em concreto armado, e que também assina o laudo.

Quanto às correções sugeridas, a presidente do TRT afirmou que já estão sendo tomadas todas as providências e, para isso, está buscando recursos junto ao TST. “Estou muito feliz com o resultado do laudo e espero ter feita todas as principais correções do edifício até o início de 2014”, afirmou.