Oficial de Justiça é preso por cobrar propina de empresária

Um oficial de Justiça foi preso em flagrante no momento em que cobrava propina de uma empresária, em Acreúna, no sudoeste de Goiás. De acordo com o delegado Daniel Gonçalves de Moura, responsável pelo caso, o oficial de Justiça estava cobrando propina em troca de informações de processos sigilosos aos quais ele tinha acesso.

A prisão ocorreu depois que uma empresária denunciou ter pago R$ 2,5 mil ao homem. Segundo ela contou à polícia, o oficial de Justiça a procurou e disse que, em troca do dinheiro, iria impedir o andamento de alguns processos a que ela responde. Como essas ações já estavam em fase de apreensão de bens, o oficial de Justiça garantiu que impediria o recolhimento dos itens.

Com isso, a mulher disse que pagou o dinheiro por sentir medo, mas comunicou o fato à polícia. Assim, foi montado um cerco e, quando o oficial de Justiça iria receber mais dinheiro, acabou preso em flagrante.

“Ela disse que passou os primeiros R$ 2,5 mil, pois se sentiu pressionada, mas procurou a polícia para relatar a situação que estava acontecendo. Então, ela marcou um encontro com o oficial de Justiça no comércio dela e, quando foi feita a entrega do dinheiro, a Polícia Civil fez a prisão dele em flagrante”, relatou o delegado.

Defesa

O Ministério Público de Goiás recebeu auto prisão em flagrante do oficial de Justiça de Acreúna Allan Pereira Vilela, preso em flagrante pelo crime de corrupção passiva. Em depoimento, o servidor alegou que a vítima colocou o dinheiro no bolso da frente de sua calça e não deu tempo de tirar o valor de dentro da calça quando a polícia chegou.

Existem contra o servidor seis processos administrativos, duas sindicâncias e duas representações tramitando administrativamente no Poder Judiciário. Na avaliação do Ministério Público, a existência de tantos procedimentos administrativos caracteriza fortíssimos indícios de que o agente público atuava de forma criminosa na cidade.

A Promotoria de Justiça salienta ainda a importância de os moradores que, porventura, tiverem sido assediados pelo oficial de Justiça a procurarem a Delegacia de Polícia Civil para denunciar as condutas ilegais por ele praticadas. O acusado encontra-se preso no Centro de Inserção Social de Acreúna.