OAB-GO questionará, na Justiça, nova alteração do IPTU e ITU

Se a nova proposta de alteração do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Territorial Urbano (ITU) for aprovada pela Câmara Municipal, a OAB-GO, por meio da Comissão de Direito Tributário (CDTrib), vai questionar o reajuste na justiça.

A nova proposta, de aumento linear de 57,8% para o valor venal de todos os imóveis, foi enviada pela Prefeitura de Goiânia à Câmara Municipal, na semana passada, e pretende revogar o projeto de lei aprovado em setembro. Na avaliação do presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio, o projeto anterior, “embora tivesse alíquotas muito altas, determinava que o valor do IPTU seria definido pela Planta de Valores. Com uma planta adequada, seria muito melhor do que a atual proposta de aumento linear”.

“Apesar de ter sido aprovado sem a apresentação da Planta de Valores pelo Paço, o texto anterior trazia avanços importantes para a justiça fiscal, entre eles, o fim das zonas fiscais e a implantação do imposto progressivo”, afirma Thiago Miranda, presidente da CDTrib.

O presidente Henrique Tibúrcio classifica a possível revogação da lei como absurda. “A decisão é temerária e traz insegurança para uma discussão que provocou muito desgaste à Prefeitura e é bastante polêmica. A sociedade, mais uma vez, é a mais prejudicada”, afirma.

Para Thiago Miranda, o reajuste de quase 60% tem efeito confiscatório. “A OAB-GO não concorda com a forma de atuação da prefeitura e considera o aumento abusivo”, destaca o presidente da Comissão.

A Seccional goiana da OAB participou da audiência pública que debateu a proposta, nesta segunda-feira (10), no Paço Municipal.

Discussão

A CDTrib vem acompanhando o processo de debates sobre o cálculo do IPTU desde o início das discussões quando se propunha a progressividade nas alíquotas do imposto. “Essa ideia promoveria a justiça fiscal entre os cidadãos de Goiânia. Não entendemos o porquê de uma mudança repentina que deixa de lado tudo o que já vinha sendo debatido para a proposição de um aumento linear de quase 60% na Planta de Valores Imobiliários”, questiona Miranda.

O presidente da CDTrib afirma que a OAB-GO também defende o fim das alíquotas por zonas fiscais que calculam o IPTU de acordo com a infraestrutura dos bairros que o imóvel está localizado. “Entendemos que cada cidadão deve pagar de acordo com o valor do imóvel que possui. As zonas fiscais se referem a uma política de cobrança ultrapassada que precisa ser modernizada”, explica Thiago Miranda. Fonte: OAB-GO