Mestrando em Direito Canônico, o advogado goiano Victor Naves é recebido no Vaticano pelo Papa Francisco

Victor Naves cumprimenta o Papa Francisco. Ele esteve em Roma para curso de formação para a tutela do matrimônio
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O advogado Victor Naves, mestrando em Direito Canônico, foi um dos recebidos no sábado passado (30) pelo Papa Francisco, na Sala Clementina, no Vaticano. O causídico goiano, que é sócio da banca Naves Advogados Associados, era um dos 400 participantes de um curso de formação para a tutela do matrimônio e o cuidado pastoral dos casais feridos, organizado pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana, que teve a honra de se encontrar com o Sumo Pontífice.

Naves esteve em Roma durante cinco dias para o curso, que reuniu párocos, diáconos permanentes, casais e agentes da Pastoral da Família. Ele conta que durante o encontro com o Papa, ele descreveu as feridas do matrimônio vividas atualmente, que podem inclusive sangrar muito, e provêm de várias causas psicológicas, físicas, ambientais e culturais, além de serem provocadas “pelo fechamento do coração humano ao amor”. Segundo Francisco, a Igreja “jamais vai conseguir ignorá-las, virando o rosto para o outro lado”, acrescentou o Pontífice, precisa “buscar sempre e somente o bem das pessoas feridas e a verdade do amor delas”.

Papa Francisco e os participantes do curso organizado pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana

O Papa também exortou agentes, juízes, testemunhas e partes envolvidas de cada causa eclesiástica que enfrentam um matrimônio ferido que confiem, antes de tudo, no Espírito Santo: “guiados por ele, podem escutar com critério justo”, sabendo examinar, discernir e julgar. O matrimônio cristão, lembrou Francisco, deve ser vivido num caminho de fé, como “colunas da Igreja doméstica”.

Unijuc
Naves é diretor jurídico da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Goiânia (Unijuc), que tem como finalidade integrar os profissionais do Direito, de forma a possibilitar o testemunho coletivo da fé católica. A Unijuc é uma associação de Direito Civil e, ao mesmo tempo, uma associação de fiéis de Direito Canônico.

Ele explica que, por ser associação de Direito Civil, a lei brasileira permite a Unijuc atuar judicialmente de acordo com suas finalidades institucionais. Portanto, pode eventualmente atuar como parte em um processo, ou na condição de amicus curiae, no sentido de auxiliar o Poder Judiciário em sua atuação. Os temas são os mais variados como questões que envolvem o direito à vida, doação de áreas públicas para entidades religiosas, defesa da liberdade religiosa e objetos e imagens sagradas.

O advogado observa que, à luz da Constituição Brasileira e dos ensinamentos da participação dos fiéis leigos na vida religiosa e temporal, a liberdade religiosa é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. “É sempre importante dizer que os indivíduos, fiéis leigos católicos, ordenam suas realidades terrestres de acordo com o espírito do Evangelho, mas não o fazem em nome da Igreja, mas como cidadãos do Estado, de acordo com a sua própria consciência e suas próprias responsabilidades. A vida cristã deve inclinar os indivíduos para determinadas soluções, em certas situações concretas”, diz Naves.