Justiça determina afastamento do cargo de perita criminal que forjou atentado contra si mesma

A Justiça determinou o afastamento cautelar da perita criminal Káthia Mendes Magalhães e do servidor público municipal Douglas Souza de Oliveira do exercício de suas funções, pelo prazo de 180 dias. Também foi determinada a quebra de sigilos telefônicos dos dois, bem como a suspensão do porte de armas e recolhimento das armas de fogo de ambos. A medida atendeu pedido feito pelo Ministério Público.

Eles são investigados por terem simulado um atentado contra Káthia, no dia 10 de março, na Rodovia GO-213. A versão inicial era a de que a perita criminal teria sido “fechada” por uma motocicleta, quando estava transitando pela rodovia. O passageiro da moto, segundo ela, teria descido, se aproximado e efetuado três disparos de arma de fogo, sendo que um tiro a atingiu de raspão na região do ombro.

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que, na verdade, a versão era inverídica, pois teria sido Káthia, que atuava como Coordenadora da unidade de Polícia Científica de Caldas Novas, que planejou o atentado contra a própria vida e que este teria sido executado em parceria com Douglas. A intenção era obter transferência de lotação e progressão na carreira. A perita criminal confessou o propósito para a Polícia Civil.

Para executar o plano, foi utilizado um revólver calibre 32, que estava no Posto da Polícia Técnico-Científica para realização de perícia, e foi retirado do local por Káthia e entregue a Douglas. A arma foi devolvida logo após a sua utilização, tendo a perita entregue as chaves do armário ao servidor municipal, que jogou as cápsulas deflagradas, munições de testes e as chaves em um rio.

Por meio de nota, a Prefeitura de Caldas Novas “confirmou que recebeu a decisão judicial e que o município irá dar cumprimento integral ao que foi determinado”. Também de acordo com o texto, “o investigado Douglas Souza de Oliveira é credenciado como auxiliar de necropsia e a administração ja está providenciando a rescisão do seu contrato”.

A defesa da perita informou, por mensagem, que assim que recebeu alta do hospital por causa do tiro que levou, foi internada em unidade de tratamento psiquiátrico em Anápolis, a 55 km de Goiânia, onde a família dela mora. Já no caso do servidor municipal, o Rota Jurídica não conseguiu falar com a defesa.