Glaustin da Fokus apresenta PL que cria dia nacional de combate ao assédio sexual e moral no trabalho

O deputado federal Glaustin da Fokus (PSC) protocolou nesta terça-feira (12), na Câmara Federal, projeto de lei que institui o dia nacional de combate e prevenção ao assédio moral e sexual nas relações de trabalho. A data escolhida, 1º de novembro, é uma alusão a um caso ocorrido no ano passado, em que empregados do Google em todo o mundo deixaram os escritórios da empresa para protestar contra escândalos de assédio sexual e em como a empresa lidava com esses casos. Segundo o próprio Google, cerca de 60% dos funcionários participaram dos atos em Singapura, Índia, Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, Suíça e no Brasil.

Glaustin da Fokus com protocolo da proposta

O “Google Walkout”, como o protesto ficou conhecido, ocorreu depois da publicação de uma matéria no New York Times, que falava da proteção que a empresa deu a Andy Rubin, um alto executivo diretor do sistema Android, acusado de assédio. Após a veiculação de reportagem, o presidente do Google, Sundar Pichai enviou e-mails aos funcionários prestando contas sobre as providências em casos de assédio. Ele revelou que já havia demitido 48 pessoas nos últimos anos, sem qualquer tipo de benefício.

No Brasil, conforme pesquisa do Vagas.com, 52% dos entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. A pesquisa ouviu quase cinco mil pessoas em todo o país e 87,5% afirmou que não denunciou o assédio, principalmente por medo de perder o emprego. Outros alegaram vergonha ou medo. Entre os que tiveram coragem de denunciar o fato, pouco foi feito a respeito. Em 74,6% dos casos, o agressor permaneceu na empresa mesmo após a denúncia.

Ainda segundo o levantamento, 47,3% dos entrevistados declararam já ter sofrido assédio moral. As mulheres respondem por 51,9% dos casos. Elas são maioria também no caso do assédio sexual, respondendo por 79,9%, contra 20,1% de homens.

Os dados são alarmantes e, segundo o deputado federal Glaustin da Fokus, tornam urgente a adoção de medidas de prevenção nas empresas brasileiras. “É preciso discutir, prevenir, combater assédios moral e sexual. É preciso proteger e conscientizar a população sobre isso. Este dia será dedicado a esta discussão. Não podemos permitir mais que este tipo de crime continue acontecendo no nosso país”, ressaltou.