O ex-vereador de Goiânia Maurício Beraldo e outras 10 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Goiás por golpes contra pessoas de baixa renda, com a promessa de que elas teriam acesso à casa própria. Entre os crimes apontados estão estelionato e associação criminosa, além de cobrança de valores indevidos das vítimas por moradias de uma etapa do loteamento do Residencial João Paulo II, Região Norte de Goiânia, que nem vai existir.
Os fatos vieram a tona no ano passado, quando foi deflagrada a Operação Alicerce, realizada em parceria com as Polícias Militar e Civil, e é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-GO (Gaeco) e pelo Centro de Inteligência do MP (CI-MP), com apoio do Gabinete de Segurança Institucional do MP (GSI-MP). Em levantamento que culminou com a ação, o Ministério Público mapeou que, desde 2012 até 2017, houve movimentação de R$ 1,2 milhão nas contas da empresa, que é classificada como sem fins lucrativos, bem como vários saques de até R$ 50 mil que foram destinados para o chefe da associação.
A investigação focou somente nas irregularidades cometidas no cadastramento referente ao Residencial João Paulo II, cuja segunda etapa sequer foi concluída (a previsão é final de 2019). Apesar disto, pessoas foram cadastradas e tiveram de desembolsar valores que oscilam entre R$ 6 mil e R$ 20 mil, ao serem enganadas com a justificativa de que novas moradias seriam fornecidas a partir da terceira etapa do loteamento. Ao apurar o caso, o Gaeco descobriu junto à Agehab que sequer existe previsão para a consolidação desta etapa, tampouco terreno suficiente para atender ao total de cadastrados pela SHC.
O advogado José Batista do Carmo, responsável pela defesa do ex-vereador José Maurício Beraldo, alega que nunca existiu associação criminosa e que as pessoas que buscavam auxílio junto à SHC faziam isso de livre e espontânea vontade.