Defesa do padre Robson diz que nenhuma quantia foi desviada indevidamente da Afipe

“Nenhum valor de fiéis foi desviado da Associação Filhos do Pai (Afipe)”. A afirmação é do advogado Pedro Paulo Medeiros, um dos responsáveis pela defesa do padre Robson, em entrevista coletiva na tarde dessa sexta-feira (21).  Segundo ele, a Afipe e o religioso estão à disposição do Ministério Público e colaborando com as investigações.

Ontem, a entidade foi alvo de operação do Ministério Público, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que apura irregularidades relacionadas instituição. Ontem (21/08) foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede da associação, na Avenida 24 de outubro, em Goiânia, em empresas e residências em Goiânia e Trindade. 

Para Pedro Paulo, os negócios foram feitos para Afipe gerar lucro e continuar fazendo o que ela faz: são compras e vendas de ativos para a evangelização. Segundo ele, se o padre Robson tivesse sido chamado antes para depor, tudo seria explicado.

Segundo o criminalista, o padre Robson nunca se apropriou de qualquer real dos fiéis da Igreja Católica. Ele disse que todas as movimentações foram declaradas. A entidade é responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, cidade na região Metropolitana de Goiânia conhecida como a “capital da fé” no Estado.

Início das investigações

A investigação do Gaeco originou-se do encaminhamento, em 2018, pelo Poder Judiciário, de cópia de inquérito policial, em que o presidente Afipe, após ser vítima de extorsão, utilizou indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside.

À época, segundo as investigações, o padre chegou a transferir R$ 2 milhões das contas da Afipe para os criminosos. Em março do ano passado, a Justiça condenou cinco pessoas envolvidas na organização criminosa que extorquiu o religioso.