Conselho Seccional aprova transferência da gestão do CEL para a Casag

Secretário-geral Jacó Coelho diz que as contas do CEL são deficitárias

O Conselho Pleno da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), em sessão extraordinária realizada na noite desta terça-feira (25), aprovou a transferência da gestão do Centro de Esporte e Lazer (CEL) para a Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag) até o fim de 2018. Os conselheiros acataram os termos da cessão apresentados pelo secretário-geral da instituição, Jacó Coelho, de que 50% do valor economizado pela Ordem (saldo da operação) com a transferência de gestão será direcionado para investimentos nas subseções, como forma de sanear e dar suporte às sedes da Ordem no interior.

Votaram a favor da proposta de transferência 41 conselheiros, 11 foram contrários e outros 3 divergiram e tiveram os votos apreciados pelos colegas:  Waldemir Malaquias da Silva, Viviany Souza Fernandes e Scheilla de Almeida Mortoza.

Viviany pediu que fosse suspensa a análise do pedido de cessão de uso até que a Diretoria do Conselho Pleno em conjunto com os Diretores da Casag apresentassem um estudo contábil atual, demonstrando qual seria o impacto dessa cessão para os cofres da Caixa de Assistência. Já Malaquias,  sustentou que deveria ser mantida proposta acertada durante 35º Colégio de Presidentes de Subseções realizado em Caldas Novas. Nela se previa que seriam repassados para as subseções R$ 1,2 milhão, resultante da suposta economia com os gastos com o CEL. Scheila, por sua vez, que deveria ser apresentado pela OAB-GO planilha financeira demonstrando claramente as contas do Centro de Esportes e Lazer.

Contas deficitárias

Segundo Jacó Coelho, as contas do CEL são deficitárias. O espaço recreativo da Ordem fechou 2016 com déficit de R$ 2,1 milhões. As despesas no ano passado somaram R$ 2,7 milhões, contra uma receita de R$ 566 mil. Ele aponta que balanço deficitário foi inflado por contas pendentes de 2015, saldadas em 2016. Conforme análise do Departamento Financeiro, a dívida herdada de 2015 soma R$ 1,2 milhão, que representa 57% do déficit acumulado em 2016, apenas no clube.

A transferência da gestão, para o secretário-geral, não significa que a Ordem está vendendo um patrimônio dos advogados. Ao contrário, diz, “estamos tentando preservar uma das maiores conquistas da advocacia transferindo sua gestão para Casag, que hoje tem melhores condições de administrar o CEL”. A mesma opinião tem o presidente da Caixa, Rodolfo Otávio Mota, que acompanhou a sessão do Conselho Seccional.

Segundo ele, a Casag, por ser o braço assistencial da OAB, tem experiência em administrar produtos e serviços voltados à classe. “A Caixa tem hoje condições de devolver à advocacia um clube que ficou relegado ao tempo em virtude das dificuldades financeiras da Ordem”, frisou. De acordo com ele, a Casag tem condições de viabilizar a manutenção do espaço, localizado em Aparecida de Goiânia, e fazer investimentos necessários no centro de lazer. “Vamos trabalhar para tornar, em pouco tempo, o CEL superavitário”, disse.

O presidente da Casag, Rodolfo Otávio Mota

Mota avisa que, nos próximos dias, a diretoria da Casag vai se reunir para tratar de projetos e medidas emergenciais para o CEL a serem adotadas em curto, médio e longo prazos. “Teremos menos de dois anos para corrigir 14 anos de erros”, afirmou.

Solução correta

O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, comemorou a decisão do Conselho Seccional. “A transferência da gestão foi a solução correta para os problemas do CEL. Desonera a seccional, que ficará livre para investir nas necessidades da advocacia. “Deixaremos de gastar com o CEL um valor que poderá ser distribuído pelas subseções. Esta é a visão do todo e de solidariedade, que deve guiar a Ordem”, afirmou.

A mudança de gestão começou a ser apreciada na semana passada. O relator da proposta foi o conselheiro Nadim Neme Neto, que foi favorável ao pedido feito pelas administrações da OAB e Casag. Em seu voto, o relator avaliou que a atual gestão da OAB-GO atendeu, na medida do possível, os requerimentos feitos pela diretoria do CEL, que culminaram em visível melhoria da estrutura física. Mas, conforme apurado por ele, outros pedidos foram obstados, sob justificativa de falta de numerários suficiente em caixa. “Sem os necessários investimentos, as despesas do clube tendem a aumentar. A parceria entre OAB e Casag se mostra, assim, imprescindível para a manutenção do centro de lazer”, afirmou.

Presidente da OAB-GO

Balanço

O balanço financeiro do CEL, segundo dados da administração da OAB-GO, foi deficitário devido a contas pendentes de 2015, saldadas em 2016. Conforme análise do Departamento Financeiro, a dívida herdada de 2015 somou R$ 1,2 milhão, que representa 57% do déficit acumulado em 2016, apenas no clube. O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, entende que o passivo é elevado.

A situação deficitária do CEL vem se repetindo nos últimos anos. Em 2014, o balanço final das contas do espaço recreativo ficou deficitário em R$ 1,5 milhão. Naquele ano, as receitas foram de R$ 502 mil, contra R$ 2,1 milhões de pagamentos. Em 2015, o cenário se repetiu: gastos de R$ 2,6 milhões, mais uma dívida transferida a 2016 de R$ 1,2 milhão, contra uma receita de R$ 488 mil.

*Matéria editada às 10h03 de 26 de abril