A psicologia moral e as discussões com petistas

As discussões político-jurídicas que tomaram conta do país, se bem notarmos, de nada tem de jurídicas. Mesmo com tudo que se expôs, com tudo que ficou às claras, com tudo que todos sabem, é praticamente impossível convencer um simpatizante do PT ou da dupla Lula e Dilma de que há algo inaceitável acontecendo.

Fato é que, muitas vezes, talvez na maioria delas, as questões não são mesmo jurídicas, mas psíquicas. Buscam-se justificativas excludentes para tudo. Vivemos em campo fértil para a psicologia moral.

O Professor Jonathan Haidt, da Universidade de Virgínia desenvolveu uma teoria que demonstra que não importa os motivos que forem usados para justificar nossos julgamentos morais. Independente das fundamentações, os julgamentos acontecem como resposta emocional.

Por sua construção, nós analisamos ou julgamos situações, hipotéticas ou reais, com base em predisposições emocionais, para apenas depois edificarmos alguma teoria minimamente racional para explicar o julgamento.

O racional seria então o gestor de crise, o assessor de imprensa dos julgamentos irracionais, puramente emocionais que são proferidos.

A construção do Professor Haidt explica a razão pela qual discutir o atual estágio da política brasileira com um petista não leva absolutamente a nada.

Nunca haverá reações racionais aos argumentos lançados, por mais lógicos que sejam, pois o julgamento será emocional.

Apenas ciente da tese da psicologia moral de Haidt para compreender o motivo pelo qual os mesmos que hoje rotulam como golpe o impeachment da Dilma terem saído às ruas com cara pintada pedindo o mesmo instrumento contra o Collor. Ou lançarem mão de oligárquicas argumentos antes por eles inadmitidos, como o perdão da corrupção em nome de inclusões sociais ou políticas outras – o “rouba mas faz”…

Apenas assim para entendermos e termos mais caridade com os revolucionários de outrora que se converteram nos reacionários de agora. Os que buscavam ouvir a voz das ruas e hoje se encastelam e viram as costas para ela.

Certamente Haidt está correto. Não há razão que cale ao coração de um petista. Não há argumento que conversa um marxista caviar.