Cadu será ouvido em audiência nesta terça-feira

O promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano fará nesta terça-feira (25/8) a acusação contra Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, pelos crimes de latrocínio (por duas vezes), receptação e porte ilegal de arma. A audiência de instrução e julgamento terá início às 8h30, no Fórum Criminal da capital. O promotor é autor da denúncia contra Cadu, oferecida em setembro do ano passado, que tramita na 5ª Vara Criminal de Goiânia.

Assassino confesso do cartunista Glauco e seu filho Raoni, Cadu havia sido considerado inimputável (que não se pode punir), em razão de haver sido diagnosticado como esquizofrênico. No entanto, em 2014, o réu cometeu os dois latrocínios pelos quais está sendo denunciado pelo MP, o que levou o promotor a requerer nova análise médica de Cadu. Assim, em abril deste ano, a Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) o considerou imputável, ou seja, considerou que ele tem plena consciência de seus atos.

Conforme esclarecido pelo promotor, tanto o laudo de insanidade mental, elaborado pelos psiquiatras Leandro de Carvalho Araújo e Ítalo Rocha da Silva Araújo, quanto o exame pericial psicológico, feito pelas psicólogas Melissa Pereira David Sousa, Kênia Camilo e Orion Tadeu de Amorim, atestaram que o réu tem plena capacidade de entendimento. Esta conclusão reforça a tese defendida desde o princípio do processo pelo promotor, de que Cadu tem plena lucidez de suas ações.

Ao comentar os laudos, quando informado das conclusões, o promotor ponderou que Cadu não somente admitiu que praticou os dois latrocínios em Goiânia, como manifestou que tinha prazer em cometer os crimes. A consciência de seus atos também pôde ser observada em afirmação do réu, que reconheceu ser usuário de drogas e cocaína, no entanto, nos dias em que praticava os crimes não fazia uso de substâncias entorpecentes para que tivesse controle de toda a situação.

“No âmbito do direito, importava que se comprovasse que no dia e na hora dos crimes ele tinha capacidade de entendimento”, afirmou o promotor. Ele destacou ainda o primoroso trabalho pericial realizado, que contestou pontualmente cada uma das possíveis argumentações quanto a uma possível avaliação de inimputabilidade.
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Com a leitura dos laudos, Viggiano definiu Cadu como uma mente perversa, manipuladora e de grande periculosidade. “Trata-se de uma pessoa extremamente manipuladora que, dependendo da situação em que se encontra, faz o discurso que se quer ouvir”, afirmou. Ele acrescentou ainda que há elementos que demonstram que, caso Cadu seja solto, voltará a cometer crimes. “Há comprovações de que ele tem interesse de voltar para a seara da criminalidade”, pontuou. Fonte: MP-GO