Após transferência de presos não condenados na comarca, promotor recebe ofício da PM que comprova redução da criminalidade local

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Após ter atuado com afinco para transferência do presídio da cidade de 16 presos considerados de alta periculosidade e que não haviam sido condenados na comarca, o titular da 1ª Promotoria de Anicuns, Danni Sales, recebeu no início deste mês, ofício da Polícia Militar informando sobre a redução da criminalidade no município.

O documento foi encaminhado ao representante do órgão ministerial, que foi quem juizou ação civil pública contra o Estado e a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). Na ação, foi pedida a retirada da unidade prisional de Anicuns, município localizado a 94 quilômetros da capital, de todos os presos que não possuem condenação na comarca nem autorização judicial para ali permanecer.

Promotor Danni Sales atuou intensamente para saída dos presos da Anicuns

Segundo o promotor, a transferência de presos para Anicuns, incluindo integrantes de facções criminosas, resultou no aumento dos índices de homicídios do município em 2.000%. Além disso, a população carcerária do presídio de Anicuns passou de 24 reeducandos para 57 até janeiro deste ano, sendo que a capacidade máxima da unidade é de 50. Diante desse cenário, o promotor ajuizou uma ação em abril e conseguiu decisão favorável da Justiça, transferindo um terço dos detentos da unidade para as comarcas de origem.

As remoções dos presos ocorreram em maio e julho. Segundo o comandante da 17ª Companhia Independente de Polícia Militar, major Aparecido Alves de Oliveira, “o retorno dos detentos aos presídios de origem refletiu diretamente na preservação de vidas, o que contribuiu na redução dos fatores causadores da criminalidade, e também proporcionou uma redução dos índices de violência em proporções significativas”. Um dos índices apresentados por ele ao MP foi a queda de 600% no número de roubo de veículos, comparando-se a 1º de julho a 31 de dezembro de 2018 e 1º de janeiro a 30 de junho de 2019.

Conforme Danni Sales, “ão se mostra viável transferir presos de alta periculosidade, envolvidos com facções, para presídios sem estrutura física e de pessoal, como é o caso da maioria dos presídios das cidades interioranas, inclusive Anicuns. Os cidadãos do interior não podem ser prejudicados pela deficiência estatal ao distribuir presos para lugares sem segurança mínima”, frisa o promotor.

Ele cita que antes do retorno dos presos a suas unidades de origem foram registrados 53 roubos a transeuntes. “Agora, esse número diminuiu para 18. Os homicídios, que chegaram a quatro, agora foi registrado apenas um”, conta. E alerta que os números também diminuíram nas cidades vizinhas: Adelândia e Americano do Brasil.