Advogado Walmir Cunha busca apoio para Manifesto pela Garantia da Justiça

A bomba danificou a entrada o escritório e feriu gravemente o advogado Walmir Cunha

O advogado goiano Walmir Cunha começa a percorrer as seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil OAB-GO) em busca de apoio para o Manifesto pela Garantia da Justiça. No documento, ele apresenta cinco sugestões de alterações da legislação e do Código de Ética da Advocacia na tentativa de inibir e garantir a segurança dos advogados.

O documento foi elaborado pelo causídico, que foi vítima de atentado no dia 15 de julho do ano passado. Na ocasião, ele ficou gravemente ferido após ter recebido uma bomba enviada ao seu escritório, no Setor Marista, em Goiânia. Ele garante que somente quem passa por problemas como o enfrentado por ele compreende as falhas jurídicas nas legislações. Para isso ele sugere modificações nas Lei 8.906/94, que ainda não traz como prerrogativa o direito ao porte de arma para advogados que sentem ameaçados, por exemplo, e a Lei 8.072/90, que trata dos crimes hediondos.

Cunha já visitou a seccional do Pará, onde 11 advogados foram assassinados em razão do exercício profissional. Em breve, deve ir a Rondônia, Acre e Maranhão. São Paulo também está na lista, onde planeja entregar o manifestado ao presidente Marcos da Costa.

Apesar dos problemas enfrentados, Walmir assegura que o atentado não o desencorajou para o exercício da profissão. Ao contrário, garante que está cada vez mais estimulado ao trabalho. O advogado, que atua na área de Direito Empresarial e Agrário, teve três dedos e parte da esquerda decepados. O caso ocorreu pouco depois das 17 horas, pouco tempo depois dele ter chegado de uma viagem. Um motoqueiro entregou uma caixa de presente para a secretária do escritório de advocacia. O objeto era endereçado ao advogado Walmir Cunha.  Assim que ele abriu, retirou um lacre que estava na caixa, ouviu bipes e, imaginando que era uma bomba, correu na tentativa de jogar a caixa fora, quando houve a explosão, que destruiu a recepção do escritório.

Estão presos acusados de participação no atentado o agente da Polícia Federal aposentado Ovídio Rodrigues Chaveiro, indicado pelo Ministério Público como sendo o responsável por mandar o artefato para o causídico de 38 anos. O agente está preso, assim como o irmão dele, Valdinho Rodrigues Chaveiro, que é suspeito de ameaçar a vítima por causa de uma ação judicial que tramita em uma vara de Família da capital. Walmir representava o ex-genro de Valdinho, que acabou ganhando o direito de ficar com a filha, depois de disputar a guarda com a mãe.