Dois acusados de cometer latrocínio no último mês de abril, no Setor Estrela Dalva, em Goiânia, foram condenados a pena de 23 anos e quatro meses de reclusão no regime inicial fechado. Um deles atirou contra a cabeça da vítima após ser reconhecido por ela. Na ocasião do roubo, eles levaram, entre outros objetos, dois celulares. E foi por meio de um desses celulares, vendido pela namorada de um deles que a polícia chegou até eles. A sentença foi dada pela juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia. Wilhias Barbosa de Jesus e Lucas Stefano dos Santos não poderão recorrer em liberdade.
Conforme consta na ação, a autoridade policial representou pela quebra de sigilo de dados e interceptação telefônica do celular de uma das vítimas, o que foi deferido pela magistrada. Assim, foi possível chegar aos autores do crime. O aparelho pertencia a Francisco Morais Filho, que reconheceu um dos criminosos e, por isso, levou um tiro na cabeça durante o roubo. Ele chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu.
O celular da vítima foi entregue por Wilhias a sua namorada Thays Borges de Faria Lima, que o vendeu em uma escola, sendo que o comprador também revendeu o aparelho. Após a descoberta da autoria delitiva, Wilhias confessou envolvimento nos fatos delituosos e indicou seu comparsa, Lucas como coautor dos delitos, em poder de quem a polícia apreendeu a arma utilizada para alvejar a cabeça do ofendido. A perícia microbalístico concluiu que o projétil retirado do corpo da vítima foi deflagrado pela arma apreendida.
A magistrada explica que, em relação a Thays Borges, como não foi comprovado que ela vendeu o celular na condição de comerciante, o delito foi desclassificado para receptação. Ela será beneficiada também com suspensão condicional do processo.
O crime
Conforme consta na denúncia, na manhã do dia 14 de abril de 2016, os criminosos, previamente acordados, encontravam-se em frente à residência portando a descrita arma de fogo, quando resolveram entrar no local e subtrair os objetos. Como uma das vítimas havia deixado a porta aberta para uma amiga, os acusados aproveitaram para entrar no local e anunciaram o assalto. Duas mulheres se encontravam na sala e foram levadas para o quarto do casal.
Durante o trajeto até o quarto, os imputados encontraram Francisco na cozinha, ordenaram que deitasse no chão e ficasse quieto, sendo que um dos criminosos permaneceu em sua companhia, vigiando-o, enquanto o outro vasculhava a residência, incluindo, o quarto das filhas do casal, que fingiam dormir. Os criminosos se preparavam para deixar o local quando Lucas chamou Wilhias de “Gaguinho”. Foi então que ele foi reconhecido pela vítima, com quem trabalhou, que olhou em sua direção, fazendo um sinal negativo com a cabeça.
Diante deste reconhecimento, Wilhias disse: “espere aí, antes de ir, eu tenho que fazer uma coisa, senão aquela pessoa me mata”, então apontou a arma para a vítima e efetuou um disparo, acertando-a na cabeça. Eles fugiram do local em seguida, em uma moto ML, de cor vermelha, que usaram para chegar ao local.