Unimed resiste em autorizar atendimento de bombeiro ferido durante explosão

A família do oficial do Corpo de Bombeiros, Luciano de Lion Mendes Pimentel, que teve queimaduras graves durante combate a incêndio em uma residência no Setor Jardim América, em Goiânia, na noite da última terça-feira (18), denuncia a resistência da Unimed Goiânia em cumprir determinação da Justiça que manda o plano de saúde dar imediato início ao custeio de tratamento especializado junto ao Hospital de Queimaduras de Goiânia.

O advogado Alexandre Pimentel, irmão do bombeiro, conta que teve de acionar a Justiça porque o Hospital de Queimaduras avisou que o plano de saúde não cobre tratamento em caso de internação, como necessita o paciente, prestando somente atendimento ambulatorial. Como Luciano de Lion necessita de atendimento especializado e de longa duração devido a gravidade das lesões, foi proposta ação cominatória no Judiciário Estadual.

O processo foi analisado pelo juiz Aureliano Albuquerque Amorim, responsável pelo plantão noturno. Ele concedeu liminar entendendo que, “como o tratamento de queimaduras é prevista na cobertura do plano de saúde, não pode a Unimed restringí-lo apenas ao sistema ambulatorial, devendo custear todo ele, nos limites necessários ao pleno restabelecimento do paciente”.

No entanto, conforme Alexandre Pimentel, mesmo tendo sido intimada de decisão ontem (20), a Unimed se mostra resistente em custear o tratamento. Segundo ele, isso ocorre porque o tratamento é de alto custo, tendo na data de ontem (20) a Unimed tem tentado transferir o paciente para o Município de Anápolis, contrariamente a orientação da equipe de profissionais responsáveis pelo tratamento do Aspirante Mendes.

Diante da relutância da Unimed, o advogado Alexandre Pimentel protocolou pedido analisado pela Juíza de Direito Nathália Bueno Arantes da Costa, visando que fosse proibida a transferência do paciente para outra cidade e que fosse determinada a dar imediato cumprimento à decisão proferida, pedido que foi acolhido, tendo a magistrada declarado que “um paciente com queimaduras em 25% do seu corpo já sofre demasiadamente com as dores, limitações e angústias causadas pela própria queimadura, a transferência deste paciente para outro município tão somente em razão dos custos do tratamento nesta Capital não se faz razoável, uma vez que estar-se-ia imprimindo um sofrimento ainda maior ao paciente que teria que passar por todo o tratamento afastado de sua família, o que por certo comprometeria seu tratamento e recuperação”, arrematando a julgadora que “a ré não tem agido de forma consoante aos ditames reguladores da indigitada dignidade humana e dos princípios norteadores da Lei de Regência e do Direito do Consumidor”.

Apesar de notificada da decisão judicial, a Unimed, segundo Pimentel, continua “relegando o respeito à vida, à saúde e à dignidade humana a último plano, deixando até agora de dar imediato cumprimento às decisões judiciais, estando até o momento negociando preço com o Hospital de Queimaduras de Goiânia, ao passo em que meu irmão e constituinte continua a padecer sem receber o tratamento e todo o apoio para o qual contratou o plano de saúde”.

Explosão
Os ferimentos de Luciano de Lion ocorreram durante uma explosão de um botijão de gás durante um incêndio, que deixou outros sete bombeiros feridos. O acidente aconteceu na noite de terça-feira (18), no setor Jardim América, em Goiânia. Dos atingidos, três sofreram intoxicação pela fumaça e cinco queimaduras de 2º e 3º graus.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada, por volta das 20h10, para combater um incêndio em uma residência. Para a ação, a corporação contou com seis viaturas, sendo duas de combate ao fogo, três de atendimento e uma de supervisão.

Ainda conforme os bombeiros, quando os militares entraram na casa o botijão de gás explodiu. De acordo com a corporação, três bombeiros foram intoxicados pela fumaça e cinco sofreram queimaduras pelo corpo.

Segundo os bombeiros, todos os agentes estavam usando equipamentos de proteção, o que evitou que os ferimentos fossem ainda mais graves.