TJGO mantém decisão que manda a júri popular acusados de matar advogados dentro de escritório

Marília Costa e Silva

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás manteve, nesta terça-feira (26), decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas que mandou a júri popular os acusados de participação na morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47. Eles foram assassinados dentro do escritório onde trabalhavam, em 28 de outubro de 2020, em Goiânia.

O relator do caso foi o desembargador Fábio Cristovão de Campos Faria, que acatou os argumentos do Ministério Público de que existem indícios de autoria e materialidade. A assistência de acusação é patrocinada pelos advogados Luís Alexandre Rassi e Tadeu Bastos.

Conforme a peça acusatória, serão julgados por um júri popular o fazendeiro Nei Castelli, acusado de acusado de ser o mandante do crime, Pedro Henrique Martins Soares, Hélica Ribeiro Gomes e Cosme Lompa Tavares – acusados de participarem da execução. Apenas o julgamento de Pedro Henrique foi marcada, devendo ser realizada no dia 17 de maio, em Goiânia. Os dos demais ainda não tem data definida pela Justiça.

Em seu favor, a defesa do fazendeiro tem afirmado que “não existe sequer um único elemento de prova que aponte Nei Castelli como o mandante do crime” e que “as principais provas a favor dele não foram apreciadas”.

Denúncia

De acordo com a peça acusatória, o fazendeiro teria ordenado o assassinato depois de perder uma ação que o obrigava a pagar às vítimas, a título de honorários sucumbenciais, o valor de R$ 4,6 milhões. Inconformado, ele entrou em contato com Lompa na tentativa de encontrar alguém para o homicídio. Lompa, então, teria escolhido Pedro Henrique, conhecido pela prática de diversos crimes no Tocantins, e teria acertado com ele a execução.

Além disso, prestou-lhe apoio antes e após o cometimento dos assassinatos, transportando os executores e garantindo que se hospedassem em Goiânia, uma vez que eles são do Estado do Tocantins. Namorada de Pedro Henrique, Hélida teria negociado a recompensa pelo crime e, mais tarde, Pedro Henrique teria acertado com Jaberson Gomes (já falecido), para lhe ajudar no assassinato. Castelli teria oferecido R$ 100 mil aos dois, caso saíssem impunes, e R$ 500 mil, se fossem presos em decorrência da empreitada.