A Polícia Civil realiza, nesta terça-feira (28), a Operação Obra Simulada, que tem por objtivo investigar supostas irregularidades em um contrato de R$ 27 milhões destinado à reforma de prédios públicos em Goiás. De acordo com as investigações, pagamentos indevidos podem ter causado um prejuízo estimado em R$ 10,4 milhões aos cofres públicos.
A ação ocorre em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal e tem como alvos ex-membros da diretoria da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), gestores e fiscais do contrato, além de empresários.
Segundo a Polícia Civil, o contrato previa inicialmente serviços de reforma e manutenção em 26 prédios públicos, incluindo unidades da Polícia Rodoviária Militar Estadual e instalações no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. No entanto, durante a execução, houve alterações para obras de construção predial, o que, conforme a investigação, permitiu superfaturamento, pagamentos antecipados irregulares e demolições sem justificativa, utilizadas para validar notas fiscais fraudulentas.
As suspeitas surgiram a partir de inspeções conduzidas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na Seinfra. Os envolvidos podem responder por crimes como associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações.
A operação inclui o cumprimento de 114 mandados judiciais, entre eles 32 de afastamento de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, 26 de bloqueio de bens e valores, além de sete mandados que proíbem a frequência a determinados locais, incluindo a sede da Goinfra. Também foram expedidos dez mandados de proibição de contratação com o poder público, atingindo as empresas suspeitas de envolvimento no esquema.
O Governo de Goiás foi procurado pela reportagem para comentar a operação e informou que está preparando uma nota oficial sobre o caso. As investigações continuam para apurar a extensão das irregularidades e identificar todos os responsáveis pelo possível desvio de recursos públicos.