Novo presidente do TJGO quer implantar votação eletrônica de processos, intensificando o uso de videoconferência

Informatização, conciliação e relação harmônica entre os Poderes são prioridades de Walter Carlos

Marília Costa e Silva

O novo presidente do Tribunal Justiça de Goiás, desembargador Walter Carlos Lemes, vai conduzir os destinos do Judiciário goiano nos próximos dois anos. Empossado no cargo no dia 1º de fevereiro, ele explica que suas prioridades no biênio 2019/2021 estarão calcadas em quatro pilares: informatização, uso melhor da tecnologia, conciliação e relação harmônica entre os Poderes.

“O Judiciário Goiano vai se preocupar profundamente em melhorar todo o sistema de informatização, para se nivelar aos demais Estados vanguardistas, onde a votação eletrônica já é uma realidade há muito tempo e que também busque, sempre que possível, a mediação e o acordo entre as partes”, afirma, acrescentando que o juiz brasileiro é o que mais trabalha em todo mundo e também o que recebe sempre uma maior carga de processos, daí a necessidade inafastável dos julgamentos virtuais e da conciliação.

“Trabalharei incansavelmente para implementar a votação eletrônica neste Tribunal e levar uma internet de qualidade a todas as comarcas, onde possam inclusive ser feitos julgamentos e sustentações orais pelo sistema de videoconferência. Que possa, o advogado do interior fazer, através do seu notebook, a sustentação oral perante as Juntas Recursais, às Câmaras Cíveis, Criminais, Sessões Cíveis/Criminais ou Órgão Especial. Queremos que os julgamentos eletrônicos possam desafogar os gabinetes dos juízes e desembargadores e que os advogados, os integrantes do Ministério Público e as próprias partes possam sentir que a Justiça não será mais tão morosa quanto ainda é”, destaca.

Alternativas para combater a morosidade
Ao apontar levantamento realizado pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que indica que 89% da população considera o Judiciário moroso; 88% que os custos para acessar o Poder são altos e 70% que o Justiça ainda é de difícil acesso, o novo presidente do TJGO deixa claro que buscará alternativas para transformar esse quadro.

“A solução para os problemas do Judiciário são graves em todo o País e não virá como em um ‘passe de mágica’. Certamente, jamais atingiremos a perfeição, mas não devemos poupar esforços no sentido de amenizar o inegável sofrimento daquele que busca o seu direito através da última via que lhe é dada: o Judiciário. Tenho fé na vitória da batalha, pela Justiça social em que não existe distinção entre poderosos e humildes; raças diferentes, ricos e pobres. A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à Justiça em todo lugar”, ressaltou.

Walter Carlos também assevera que homens com função pública não podem ficar isentos de responderem por seus atos. “Devemos mostrar transparência, fazer cumprir a lei porque ao seu império – todos, sem exceção alguma – também estamos sujeitos. Nós, magistrados, não somos deuses, devemos enfrentar os desafios da vida. Homens com função pública não podem ficar isentos de responderem por seus atos. Devemos mostrar transparência, fazer cumprir a lei porque ao seu império – todos, sem exceção alguma – também estamos sujeitos”, reitera. Com informações do TJGO